Automóvel em tempos de epidemia: cinco principais dúvidas
junho 6, 2020Ar-condicionado pode contaminar? Qual o melhor produto para higienização? Com a taxa de isolamento apresentando queda, andar de carro é 100% seguro?
Foto: Jcomp
A recomendação ainda é unânime, ficar em casa é a melhor forma de evitar a propagação do novo coronavírus. Porém, em alguns casos o deslocamento pode ser inevitável e fica a dúvida – qual a melhor forma de se proteger?
Bianca Amaral, diretora TempoTem, startup brasileira que traz inovações para contratação de serviços, conta que mesmo sem nenhum incentivo da plataforma, notaram que nas últimas semanas a busca pelos serviços para os automóveis cresceu, confirmando a necessidade de aumentar a taxa de isolamento na cidade de São Paulo.
A startup chegou a lançar um serviço especial de desinfecção de automóveis e ambientes capaz de reduzir o tempo de permanência do vírus ativo de 3 dias para 30 segundos, dependendo da superfície. A aplicação não possui um efeito prolongado ou preventivo, ou seja, deve ser feita uma nova aplicação caso a superfície seja contaminada novamente. “É preocupante ver que as pessoas não estão levando a sério a quarentena. O carro é uma ótima opção para ir ao mercado, farmácia ou em casos de emergência, mas ele não é 100% seguro e requer alguns cuidados”, afirma Bianca.
Da mesma forma que há muitas incertezas sobre a Covid-19, também existem muitas dúvidas sobre formas de prevenção, contaminação e os cuidados que o automóvel necessita durante o período de distanciamento social.
O carro não pode ficar parado por longos períodos?
Deixar o carro parado por muito tempo também pode danificar algumas peças, mas para os carros que estão com a manutenção em dia, o risco só aparece com mais de uma semana sem uso.
“Para evitar qualquer problema, o ideal é usar o carro uma vez por semana por cerca de 10 ou 20 minutos. Tentar conciliar o uso com a ida no mercado é uma boa forma de não deixar o automóvel inativo muitos dias consecutivos”, explica Bianca.
Higienizar a maçaneta e o volante já reduz o risco de contaminação?
Apesar da maçaneta e do volante realmente serem itens que os motoristas mais encostam, eles não são os únicos que devem ser higienizados. Bianca Amaral explica que é preciso higienizar todo o automóvel, como o câmbio, a maçaneta, laterais da porta, cinto de segurança, o volante, o painel, além do estofado, das chaves e das mãos.
“Levamos da rua para o carro diversas bactérias e vírus, por isso é recomendado fazer essa higienização completa toda vez que o automóvel for utilizado, mesmo que seja um carro utilizado apenas pela família”, complementa Bianca.
O ar-condicionado pode ser um fator de transmissão da Covid-19?
Com ou sem coronavírus, a higienização do ar condicionado é importante para evitar a proliferação de bactérias e fungos no filtro de ar que podem desencadear problemas respiratórios.
“No geral, a recomendação é manter o ambiente arejado, com as janelas abertas, principalmente se houver mais de uma pessoa no carro”, afirma a diretora. Já a limpeza completa do ar condicionado deve ser feita a cada seis meses por um profissional.
Qual o melhor produto para higienizar o carro?
O álcool líquido 70%, o álcool isopropílico e o pano úmido com sabão neutro são as melhores opções para a limpeza do automóvel. “Água oxigenada, álcool em gel e outros produtos fortes de limpeza são eficazes contra o vírus, mas também podem danificar o carro com o uso recorrente”, diz Bianca.
O álcool líquido 70% pode ser passado nos principais objetos, como maçaneta e volante, com a ajuda de um pano e sem excesso de produto, assim como o pano com sabão neutro. Para higienizar as centrais multimídias, que não podem ter contato com água, a melhor opção é o álcool isopropílico, que é específico para limpar eletrônicos por conter pouca água na sua composição. “Na dúvida, vale também consultar a recomendação do fabricante no manual do automóvel”, complementa.
O carro é a opção mais segura de transporte?
Caso o carro não seja compartilhado com outras pessoas, o risco de contágio é menor em comparação aos outros meios de transporte coletivo. Ainda assim, ao sair de casa o condutor não deixa de ter contato com outras pessoas e ambientes que podem estar contaminados.
“O automóvel é a opção mais segura quando falamos de deslocamento, mas é preciso ter consciência dos riscos e cuidados. Ficar em casa ainda é a principal recomendação”, finaliza Bianca.