Teste: Toyota Corolla Híbrido é a melhor versão do sedã

Teste: Toyota Corolla Híbrido é a melhor versão do sedã

novembro 6, 2020 Off Por Fernando Naccari

Se você está pensando em comprar um carro que manda bem em todos os quesitos, sua escolha deve ser o Toyota Corolla Híbrido e nesse texto te explico o motivo para tamanha certeza

O Toyota Corolla é sem sombra de dúvidas o carro de maior sucesso da indústria automotiva. Sedã médio mais vendido do Brasil e do mundo, demorou até que o powertrain híbrido chegasse até ele (a configuração nasceu no Prius em 1997), mas quando chegou, foi da melhor forma possível. O Toyota Corolla híbrido, além de tudo, também é flexível em combustível.

Carroceria e visual

Mas antes de chegarmos nesse mérito (conjunto híbrido), é importante dizer que o Corolla evoluiu muito. A nova geração é construída sobre a plataforma GA-C, que faz parte da família TNGA, que deu origem ao Prius e ao RAV4. Com ela, o Corolla ganhou 60% mais rigidez na carroceria e teve seu centro de gravidade rebaixado em 10 mm. Devido a essa configuração foi possível instalar as baterias do sistema híbrido na parte inferior da carroceria, fato que não reduziu o espaço interno e ainda possibilitou maior estabilidade em curvas.

Sabe aquela pecha de carro de tiozão? Então, continuar batendo nessa tecla é pura chatice. O Novo Corolla está muito mais bonito e bebe um pouco da fonte do sedã grande Camry. Na dianteira, a entrada de ar central é enorme e, combinada com a frente mais baixa, faróis fullLED (na versão Altis) afilados e faróis de neblina posicionados nas extremidades inferiores, dão um visual mais esportivo ao vovôrolla. Ah, o logotipo da Toyota tem contorno em azul, assim como em toda a linha eletrificada da marca.

A traseira é muito bem resolvida e parecida com a do Camry. Ela não é tão esportiva como a dianteira, tem visual mais conservador, mas as lanternas em LED tem design que combina muito bem com o recorte da tampa ornada com uma barra horizontal cromada.

Por dentro, o conjunto também evoluiu, mas tem visual mais discreto do que o do exterior. Na versão Altis, há a possibilidade de acabamento em duas cores, como na foto, mas como gosto pessoal, confesso que não gostei da combinação. Prefiro o conjunto monocromático claro ou escuro.

Powertrain

Enfim ao que interessa (para a grande maioria). O Toyota Corolla Híbrido vem com o mesmo conjunto do Prius: motor 1.8 flex de 101 cv e 14,5 kgfm e mais dois motores elétricos montado junto ao câmbio CVT, que rendem juntos 72 cv e 16,6 kgfm. A potência combinada é de 123 cv.

Motor do Toyota Corolla Híbrido

Os números não são inspiradores, principalmente se compararmos a versão Altis que vem com o novo motor 2.0 Dynamic Force VVT-iE de 177 cv e 21,4 kgfm de torque, mas na prática, o híbrido dá conta do recado tanto no circuito urbano quanto no rodoviário. Apesar do câmbio CVT não ter paddle Shifts para trocas manuais de marchas, ele tem boa resposta e em nenhum momento deixou a desejar. Vale ressaltar também a função “B” do câmbio que atua como num carro elétrico: ao tirar o pé do acelerador, ele freia o veículo aos poucos até parar, se necessário.

Câmbio CVT do Toyota Corolla Híbrido

O Toyota Corolla Híbrido dá show mesmo no consumo de combustível: em nossos testes, cerca de 420 km, registrou 11,8 km/l na cidade e 13,7 km/l na estrada, ambos com etanol no tanque. Depois de uma semana de testes devolvemos o carro com mais de 1/4 de combustível, portanto, as medidas poderiam ser ainda melhores. Vale lembrar também que os registros foram feitos com o veículo na função ECO, a que privilegia o menor consumo de combustível. Ele tem ainda os modos Normal e Power.

Conforto

Os veículos da Toyota sempre foram referência de conforto em todas as minhas avaliações. Para mim, é o conjunto que combina melhor a maciez com a rigidez. O Honda Civic, principal rival no segmento, por exemplo, tem conjunto com acerto mais duro e agrada mais na estrada do que na cidade.

A suspensão dianteira mantém o conceito McPherson, mas a novidade mesmo está na traseira que usa conjunto independente do tipo multibraços. Esse conjunto proporciona conforto ímpar, absorvendo com maestria as irregularidades das vias no uso urbano e a firmeza necessária em curvas de alta velocidade em rodovias.

Outro ponto positivo está na calibração da direção elétrica progressiva, que também cumpre com maestria sua função em todas as condições de uso. Quem também vai bem no quesito conforto é a anatomia do banco dianteiro, que apoia bem a lombar e tem maciez adequada. Não existe nenhum SUV que ofereça um conjunto tão bem acertado como nesse sedã.

Itens de série

O Toyota Corolla Híbrido está disponível somente na versão de topo Altis, que traz de série a nova multimídia flutuante de 8 polegadas que traz conectividade via Android Auto e Apple CarPlay, painel de instrumentos com visor TFT colorido de sete polegadas, freio de estacionamento por alavanca, controles eletrônicos de estabilidade e de tração, Isofix com Top Tether para cadeirinhas infantis, ABS com EBD e sete airbags, inclusive o de joelhos do motorista, e o Toyota Safety Sense (TSS), que adiciona controle de cruzeiro adaptativo, farol alto automático, assistente de permanência em faixa — que corrige o carro quando houver mudanças inesperadas — e frenagem automática de emergência com alerta de colisão.

O único pecado do sistema de frenagem automática é que ele só serve para evitar colisões, mas reconhece pedestres, animais e bicicletas, por exemplo, portanto é preciso sempre muita atenção do motorista.

O que poderia ser melhor

Apesar de ter câmera de ré com linhas dinâmicas, o Corolla não tem sensor de estacionamento. Aí você me fala: já tem um, pra quê o outro? Bom, a noite e com chuva a câmera não dá conta do recado. A frente baixa também não favorece em manobras e faz falta um sensor dianteiro também.

Outra coisa que faz falta é a possibilidade de trocas manuais do câmbio. Mesmo cumprindo muito bem o seu papel, quem gosta de ter o carro sob o seu comando vai sentir falta da liberdade.

Poderia melhorar ainda a posição muito lateralizada do pedal do freio, que prejudica a ergonomia de quem usa o é esquerdo para frear, bem como a frente baixa, que raspa em declives com frequência.

Ficha Técnica Toyota Corolla híbrido

  • Motor: Dianteiro, transversal, 4 cil. em linha, 1.8, 16V, comando duplo, injeção eletrônica, flex + 2 motores elétricos (MG1/MG2)
  • Potência: 101 cv a 5.200 rpm e 72 cv (elétrico) / 123 cv de potência combinada
  • Torque: 14,5 kgfm a 3.600 rpm e 16,6 kgfm (elétrico)
  • Câmbio: Automático CVT Hybrid Transaxle; tração dianteira
  • Direção: Elétrica progressiva
  • Suspensão: Indep. McPherson (diant.) e braços duplos (tras.)
  • Freios: Discos ventilados (diant.) e discos sólidos (tras.)
  • Rodas e Pneus: 225/45 R17
    • Dimensões
    • Comprimento: 4,63 metros
    • Largura: 1,78 metro 
    • Altura: 1,45 metro 
    • Entre-eixos: 2,70 metros 
  • Tanque de combustível: 43 litros
  • Porta-malas: 470 litros
  • Peso: 1.440 kg
  • Garantia: 5 anos / 8 anos (conjunto híbrido)