Teste: C4 Cactus THP Shine Pack – anda muito, bebe pouco e é bonito
julho 22, 2019Testamos o mais recente lançamento da marca no País e contamos se ele passou imune a nossa avaliação técnica
O Citroën C4 Cactus é o mais recente lançamento da marca para o nosso mercado, embora não seja tão recente assim. Ele começou a ser comercializado no País em outubro do ano passado e tem design que coloca a marca de novo na vanguarda de inovações.
Visual é destaque
O grande destaque fica para a dianteira, que traz sistema de iluminação “em três andares”, conceito bem semelhante ao utilizado na Fiat Toro. A faixa superior, onde comumente fica posicionado o farol principal, está o DRL ligado ao logo da marca por uma faixa cromada. Abaixo, nos para-choques, estão os faróis principais e, mais abaixo ainda, os faróis de neblina.
Olhando de lado, o carro combina um estilo de frente alta com traseira curta. A moldura pretas nas caixas de roda combinadas com o belo tom de azul do carro e teto branco, dão um ar de jovialidade e modernidade ao conjunto. A traseira também tem iluminação em LED e para-choques com recortes que imitam saídas de ar.
Por dentro, o visual é menos ousado que o do exterior, mas mesmo assim remete à modernidade e aos “círculos esticados” presentes no exterior.
Mecânica elogiável
Além do design, o conjunto motor/câmbio são o maior destaque do Citroën C4 Cactus Shine Pack. São 173 cv (E) / 166 cv (G) a 6.000 rpm e torque de 24,5 kgfm (E/G) a 1.400 rpm.
Como pode ver, o torque é disponibilizado “desde cedo”, deixando o Cactus um carro esperto no uso urbano e rodoviário. O câmbio tem seis marchas e respostas rápidas e precisas que, além de tudo, colaboram para uma economia de combustível elogiável: 9,3 km/l na média urbana e 14,6 km/l na medição rodoviária, ambas com gasolina no tanque e ar-condicionado ligado 100% do tempo. No entanto, o excelente câmbio peca em um ponto importante: faltam as borboletas para trocas manuais atrás do volante, o que tornaria a dirigibilidade ainda mais esperta.
Destaque também para um botão rotativo de seleção do tipo de terreno. Embora o Cactus tenha tração somente dianteira, dependendo do modo escolhido, o sistema eletrônico distribuirá o torque de forma e fornecer a melhor dirigibilidade o possível.
Espaço interno
O desenho do carro é bonito e atrativo, o motor é excelente e o espaço interno é bastante agradável à todos os ocupantes. O acabamento é de primeira linha, com materiais de excelente qualidade, misturando plásticos, couro e até tecido, que fica em uma faixa no painel de instrumentos e nos bancos, em uma faixa na porção superior.
Conforto
A suspensão tem conceito simples: McPherson na dianteira, eixo de torção na traseira. A calibração do conjunto, no entanto, poderia ser mais agradável, já que tende a ser mais macia do que o necessário.
Dessa forma, dependendo da via e do número de irregularidades da via, a carroceria do veículo passa a oscilar excessivamente para cima e para baixo. A impressão que dá é que o conjunto traseiro é bem mais macio do que o dianteiro.
O espaço interno também é bom, com todos os ocupantes viajando tranquilamente em todas as posições de assento. O porta-malas, no entanto, não é dos maiores e conta com apenas 320 litros de volume.
A direção tem assistência elétrica e é levíssima para manobras à baixas velocidades e progressiva o suficiente para ganhar peso quando em velocidades altas, tornando a dirigibilidade em estrada bastante confortável e segura.
O que poderia ser melhor?
Bom, para mim o preço está muito acima da média para o que o veículo oferece. Se fosse somente pelo design e mecânica, ele já merecia uma atenção especial, mas o C4 Cactus Shine Pack não tem alguns recursos vitais para o seu porte e faixa de valor.
Por exemplo, os cintos de segurança dianteiros não possuem regulagem de altura, assim, dependendo dos ocupantes, ele vai raspar de maneira incômoda no pescoço.
Não há aletas para trocas manuais de marchas atrás do volante, mesmo com um conjunto que inspira esportividade. Falta também rebatimento elétrico dos retrovisores e até um teto-solar.
O painel de instrumentos peca por ser pequeno e ter disposição de informações de maneira confusa.
Veredicto
O design é nota 10, a mecânica é nota 10, os acabamentos e conforto a bordo são nota 9, mas quando você vê o preço da unidade avaliada (foto abaixo), aí a nota é 6. Tudo vai do que você precisa, se o foco é visual ou mecânica com um toque de esportividade, ele é das melhores opções do mercado e, claro, o melhor Citroën vendido por aqui, mas se o preço ainda é importante na escolha, é bom dar uma conferida nas nossas outras avaliações e fazer uma escolha mais consciente.
Galeria
Ficha técnica
Citroën C4 Cactus Shine 1.6 THP Pack
Motor: 1.6 16V turbocompressor
Combustível: flex
Potência: 173 cv (E) / 166 cv (G) a 6.000 rpm
Torque: 24,5 kgfm a 1.400 rpm (E/G)
Sistema de transmissão: automático, seis marchas, acoplamento via conversor de torque, tração dianteira
Direção: eletroassistida
Suspensões: McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira)
Freios: disco ventilado (dianteira) e disco sólido (traseira)
Dimensões: 4,170 m (comprimento), 1,714 m (largura), 1,563 m (altura)
Entre-eixos: 2,600 m
Pneus: 205/55 R17
Porta-malas: 320 litros
Tanque: 55 litros
Peso: 1.617 kg
Consumo urbano: 9,4 km/l (G) e 7,8 km/l (E)
Consumo rodoviário: 13,4 km/l (G) e 9,2 km/l (E)
Fotos: Edgar Klein