Garagem de Clássicos: Chevrolet Monza Classic SE 1990

Garagem de Clássicos: Chevrolet Monza Classic SE 1990

novembro 2, 2018 Off Por Fernando Naccari

O Chevrolet Monza foi, sem sombra de dúvidas, um dos carros de maior sucesso da Chevrolet no Brasil. Derivado do Opel Ascona alemão, foi fabricado e vendido por aqui de 1982 até 1996 e, durante três anos consecutivos (1984, 1985 e 1986) foi o carro mais vendido do País, batendo a paixão nacional Volkswagen Fusca (que tinha preço bastante inferior).

Sua história por aqui começou com a versão hatch de duas portas, de onde nasceu a esportiva SR e altamente colecionável. O sedã surgiu no ano seguinte (1983) com carroceria de duas e quatro portas.

O sedã, curiosamente teve relativo maior sucesso (enquanto o hatch deixou o mercado em meados de 1988) e é desta carroceria que derivaram-se as versões mais luxuosas do modelo, como o Classic com pintura “saia e blusa”, o Completíssimo Classic SE e o inovador 500 EF, modelo derivado do SE e criado em comemoração ao triunfo de Emerson Fittipaldi nas 500 Milhas de Indianápolis e deixava de lado o carburador para a chegada da injeção eletrônica.

Nos anos seguintes, com o facelift, o Monza ganhava itens de segurança e tecnologia como freios ABS e painel de instrumentos digital (na versão Hi-Tech) e garantia sua presença marcante na indústria nacional.

Classic SE

O modelo das fotos é justamente a versão Classic SE, de ano 1990 (último antes da chegada do facelift), e com tantos itens de série que até mesmo carros atuais deveriam sentir inveja (ar-condicionado, direção hidráulica, vidros elétricos, travas elétricas, retrovisores elétricos, luzes de neblina dianteiras e traseiras, porta malas com abertura interna elétrica, computador de bordo, bancos amortecidos por molas e apoio de braço central no banco traseiro.

Conforto é o nome do meio

Embora o sistema de suspensão seja relativamente simples, com McPherson dianteiro e Eixo de torção traseiro, a calibração do conjunto é bem mais macio do que notamos em carros atuais e vias com asfalto irregular são facilmente vencidas pelo sedã, com os ocupantes chegando “inteiros” seja qual for o destino.

Outro destaque é boa posição de direção, facilitada pelo volante com regulagem de altura (o escamoteável de época). O painel envolvente permite também fácil acesso aos itens, como rádio, comandos do ar-condicionado, faróis e faróis de neblina. Os comandos dos vidros e retrovisores elétricos ficam em posição baixa, à frente da manopla de câmbio e são os itens menos ergonômicos do todo.

Só a iluminação do painel de instrumentos que poderia ser melhor, assim como os faróis, que deixam a desejar. Ainda bem que os faróis de neblina cumprem bem a sua função.

Desempenho

O desempenho do motor 2.0 8V OHC não é dos melhores, mas é mais do que suficiente para enfrentar cidade, estrada, ultrapassagens e subidas íngremes: são 110 vc de potência (embora toda a documentação aponte para 99 cv – o famoso “gato” da GM para diminuir o imposto sobre o veículo para que isso não elevasse tanto o seu valor) e torque de 16,2 kgfm a 3.500 rpm. Na versão avaliada, câmbio manual de cinco marchas de engates precisos, mas era opcional a transmissão automática com quatro marchas.

Consumo

Embora os testes de época apontem que o Monza Classic SE 2.0 tenha uma média consumo de 8,6 km/l na cidade e 13,2 km/l na estrada, a realidade atual pode ser bem mais dura.

Dificilmente unidades carburadas do Monza 2.0 apontam consumo melhor do 7 km/l na cidade e 10 km/l na estrada, claro, desde que bem reguladas.

Itens de segurança

Aqui, em um carro com quase 30 anos, o foco em segurança ainda estava bem longe do que vemos nos tempos atuais. Uma dica é cuidar bem do sistema de freios.

O que é fácil de achar?

Peças mecânicas são encontradas em abundância, como correias, filtros, itens de freio e embreagem. Até componentes internos são fáceis de se encontrar, graças a grande intercambialidade de itens com veículo da marca até meados dos anos 2000.

O que não é fácil de achar?

Itens de acabamento, principalmente nestas versões que fogem um pouco do comum. No caso do Classic SE, as lanternas traseiras eram exclusivas (depois compartilhadas com o 500 EF) e importadas da Alemanha. Se a sua quebrar, pode preparar o bolso que quem ainda as tem, cobra o que achar que deve pelo item. O mesmo acontece com o spoiler dianteiro dividido em vários componentes.

Outros itens exclusivos são os para-choques e borrachões laterais, que são originalmente na cor cinza Antracite (um cinza claro), que não eram os mesmos do 500 EF (cinza um pouco mais escuro) e ainda mais raro de serem encontrados. Uma alternativa prática é pintar as peças na cor original (as peças originais não eram pintadas), mas se o serviço for bem feito, o aspecto de carro original é devolvido ao carro.

Os pneus nas medidas 185/70 R13 também ficaram raros no mercado.

 

Histórico: Unidades vendidas

Total: 857.810 modelos vendidos

Primeira geração (571.920)

  • 1982 – 33745
  • 1983 – 55090
  • 1984 – 70577
  • 1985 – 75240
  • 1986 – 81960
  • 1987 – 53460
  • 1988 – 70575
  • 1989 – 75749
  • 1990 – 55412

Segunda geração (285.890)

  • 1991 – 59030
  • 1992 – 54305
  • 1993 – 66664
  • 1994 – 62994
  • 1995 – 31924
  • 1996 – 10973