Ferrari F12berlinetta, um supercarro, ou melhor, um hipercarro para poucos bolsos

Pode custar mais do que muita casa por aí, até porque, não é todo dia que se pode comprar uma com valor próximo ao valor desta Ferrari: R$ 3,57 milhões.

Considerando que a renda per capita do brasileiro foi estimada em R$ 1.113 por mês (dados de fevereiro divulgados pelo IBGE), fica difícil pensar até em casa própria. Mas, como todo car lover, sonhar não custa nada e tenho certeza que esta Ferrari é um dos seus sonhos automobilísticos.

Nada mais justo, afinal, a F12berlinetta é tudo o que você poderia querer em um esportivo italiano. Seu propulsor V12 têm nada mais, nada menos que 740 cv de potência a 8250 rpm e 6,3 litros de volume disponíveis para engolir a mistura ar-combustível em seus cilindros (dispostos a 65° entre si) e transformá-la em puro desempenho. O torque é de 690 Nm e ocorre a 6000 rpm, tornando-o o segundo carro de rua da Ferrari mais rápido, sendo ultrapassado apenas pela LaFerrari. O 0 a 100 km/h em meros 3,1 segundos; o 0 a 200 km/h acontece em apenas 8,5 segundos e tem velocidade máxima de 340 km/h.

O sistema de gerenciamento do motor conta com star-stop HELE da Ferrari e tem a principal função de ser reduzir o consumo de combustível, quando em marcha-lenta. Em testes, a Ferrari divulga consumo próximo a 15 L /100 km, ou da forma como estamos mais acostumados a visualizar, 6,66 km/l.

Assim como acontece nas Ferrari Califórnia, 458 Itália, FF e LaFerrari, a F12berlinetta possui a transmissão semi-automática de dupla embreagem com sete velocidades comandada por paddle-shifters atrás do volante, além da tão aclamada tração traseira. .

Chassis único

O chassis teve toda sua construção em alumínios especiais, ao total são 12 ligas diferentes, o que melhora sua rigidez estrutural em 20% em relação a 599, ao mesmo tempo que reduz o peso em 70 kg. O centro de gravidade também está mais baixo, cerca de 25 mm. Quando falamos em distribuição de peso, na F12berlinetta, 48% está na frente, embora o motor esteja alocado nesta posição, e os outros 52% na traseira.

Freios, pneus e eletrônica em prol da segurança

O esportivo possui sistema de freios com discos de cerâmica (CCM3), ABS, LSD eletrônico, controle de estabilidade ESP Premium e controle de tração F1-Trac, todos controlados por um comando localizado no volante.

Como todo bom italiano, a F12berlinetta usa sapatos de grife: pneus Michelin Pilot Super Sport, com as configurações 255 /35ZR20 9.5J na frente e 315 / 35ZR20 na traseira 11.5J.

Aerodinâmica bem trabalhada

A F12berlinetta foi projetada e desenvolvida em túneis de vento e testes de CFD. Destaque vai para os flancos que iniciam no capô e seguem ao longo do veículo, pelas laterais, criando efeito downforce. Outra característica importante são os dutos destinados ao resfriamento do sistema de freios, que se abrem para dirigir o ar apenas quando os freios estão quentes, mas mantendo-os fechados em outros momentos para reduzir o arrasto aerodinâmico. Para se ter ideia do quanto seu design é eficiente, a F12berlinetta produz 123kg de downforce quando a 200 km/h, número 76% maior do que ocorria na 599 GTB, além de ter coeficiente de arrasto de 0,299.

Desempenho assustador

Segundo dados informados pela Ferrari, a F12berlinetta é capaz de completar uma volta no circuito de Fiorano em 1 minuto e 23 segundos, apenas três segundos mais lenta do que a LaFerrari, 1 segundo mais rápida que a 599 GTO, dois segundos mais rápida que a Enzo, dois segundos mais rápida que o 458 Itália, três segundos mais rápido que a 430 Scuderia e três segundos e meio mais rápida que a 599 GTB.

Design digno da Capela Sistina

O Design da F12berlinetta foi concebido pelo Styling Centre e coloboração do estúdio Pininfarina, mas com a assinatura de Flavio Manzoni. Com isso, o modelo ganhou alguns elementos de estilo único como a grade frontal inspirada no FF e compartilhou alguns componentes com outros modelos da marca, como os faróis com a FF e 458 Itália. Já, no interior, as novidades ficam no visual inspirado no FF, estofamento novo em couro especial, acabamento em alumínios, ALUTEX e fibras de carbono, além de aumentar o compartimento de bagagem quando comparada a 599.

Conforto em um esportivo, pode?

Quem já esteve a bordo de modelos anteriores da marca do cavalo rampante, como a F430, sabe o quanto dirigir uma Ferrari em um estado como o de São Paulo é difícil, principalmente pelos bancos e suspensão duros brigando constantemente com as imperfeições do asfalto. Quem pagava pelo amortecimento (ou a falta dele) era sua coluna vertebral. Bom, não era uma experiência física muito boa, apenas sensorial, afinal, não é todo dia que se pode dirigir uma Ferrari.

Já a F12berlinetta foge um pouco à essa regra. Os bancos envolvem melhor o corpo e têm material mole o suficiente para te oferecer conforto, mas sem prejudicar sua esportividade. A suspensão é rígida, mas é confortável graças ao seu sistema de controle eletromagnético e, para os mais abonados, pode ser utilizado como um daily-driver (porque não?).

O sistema de direção é assistido hidraulicamente e, na traseira, há motores elétricos que esterçam as rodas em até 2 graus, facilitando o desempenho em curvas, por exemplo, mas sem prejudicar a eficiência do diferencial de deslizamento limitado controlado eletronicamente.

Há concorrência?

Bom, em seu nicho, quem pode comprar um hypercarro sabe bem o que procura e, nem sempre, o proprietário poderá usufruir de todo o desempenho que o veículo possui. Pensando nisso, a questão de comprar um carro deste tipo é extremamente emocional e envolve no que ele pode lhe oferecer, se é paixão automobilística, exclusividade, ser destaque no trânsito ou simplesmente ser mais uma obra de arte para ficar admirando. Pensando nisso, quem tem essa oportunidade pode pensar também no Bugatti Veyron, Porsche 918 Spyder, Mclaren P1 e Koenigsegg One, escolha difícil, hein?

Fotos: Isabelly Otaviano