Pontiac Stinger – os anos 80 na sua melhor forma

A década de 80 foi um marco para a construção da sociedade como a conhecemos hoje. Repleta de cores, roupas exageras e cabelos ao melhor estilo “poodle-hair”, a vida desregrada e, de certa forma irresponsável, tornou a época bastante divertida para quem a viveu.

Cinderella é muito anos 80!

No mundo automotivo também víamos cenários semelhantes, com veículos de designs ousados, como o Lamborghini Countach e o clássico DMC DeLorean (com uma “pequena” diferença de desempenho entre eles), por exemplo.

Vendo este cenário favorável à mudanças, a General Motors que, na época não estava gozando de muito prestígio e perdia mercado para os veículos europeus e japoneses, decidiu fazer algumas apostas e colocar sua criatividade para fora.

Com isso, durante a era Reagan, a montadora criou conceitos interessantes, como o Banshee de 1988, que deu origem a quarta geração do Firebird.

No ano seguinte, foi quando nasceu o Stinger. Embora tenha morrido no berço, sem ganhar as ruas, ou as praias, como preferir, o carro chegou para oferecer tudo o que você precisasse em um veículo e, quando falo tudo, é oferecer, inclusive, cadeira de praia e mangueira de jardim em um mesmo carro.

Afinal, qual a ideia do Stinger?

No final dos anos 80, começou um boom em vendas de utilitários esportivos nos Estados Unidos, onde Jeep e Land Rover despontavam soberanas. Vendidos como veículos para pessoas aventureiras, que curtiam aventuras fora-de-estrada e tinham amigos descolados, os SUVs da época, assim como os de hoje, dificilmente viam outro chão que não fosse o asfalto, mas a imagem criada para eles era extremamente positiva. Mas, como não eram usados para-o fim a que se destinam, o Stinger viria como solução a estes problemas.

Mais que um Fusca, este Pontiac era pau pra toda obra (embora não acredito que fosse possível consertá-lo com arames ou cadarço de tênis, a não ser que o kit viesse em uma de suas dezenas de porta-trecos) e podia fazer quase tudo.

Visual futurista, teto aberto para o céu, portas que misturavam os conceitos de Jeeps e Buggys, frente em cunha baixa, como uma cabeça de tubarão e uma bela traseira – ou ela não cairia bem até em SUVs de hoje em dia?

Além disso, seu verde neon e imagens promocionais com adolescentes sorridentes em uma praia são a personificação dos anos 80. Tirando o que nos parece bizarro hoje em dia, o Stinger foi um carro muito à frente do seu tempo.

O que trazia?

Segundo dados divulgados na época, o Stinger era equipado com um motor quatro cilindros de 3.0L e tinha 170 cv de potência. A transmissão era automática de três velocidades e sua suspensão era ativa a ar, o que permitia levantar o veículo em até quatro polegadas, abrindo margem para você se divertir em aventuras off-road.

Além disso, o modelo vinha com uma infinidade de espaços de armazenamento de carga e de acessórios que somente o Stinger era capaz de ter. Em sua extensa lista, destacam-se dois telefones de longo alcance, um rádio destacável CD player com AM-FM, um refrigerador de bebidas nas portas, mala de ferramentas, lanterna, mesa de camping, kit de primeiros socorros, sacos para carregar seus acessórios da bike é uma extremamente útil mangueira de jardim – isso são os anos 80 puros, escorrendo pelo seu monitor.

Outros acessórios importantes são os bancos elétricos com memória de posição, volante com ajuste de altura, profundidade e inclinação, painel de controle escondido na porta do motorista, teto removível, assentos traseiros que podiam ser erguidos por botão até 15″ e dianteiros em material impermeável que podiam ser removidos para se tornarem belas e exclusivas: cadeiras de praia.

Volante com múltiplas regulagens e aparelho CD-Player destacável eram as novidades

E se fosse produzido em série?

Segundo informações da época, os executivos da Pontiac estavam dispostos a colocá-lo em produção, mas por algum motivo, isso não veio a ocorrer. “Se você quer saber se existe um mercado para um veículo como o Stinger, basta olhar para o Pathfinder, o Dodge Raider, o Samurai, e alguns modelos do Jeep”, disse Ed Benson, diretor de planejamento de mercado e produto à Jalopnik. “Olhe para o que eles são usados e o que desejam seus compradores e admiradores. Nós pensamos que poderia haver uma oportunidade da Pontiac com o conceito Stinger. Ele poderia ser um SUV especial em um mercado emergente em meados dos anos 90” explicou Ed.

Se parar para ver as qualidades do Stinger, sem dar atenção a seus gadgets exagerados, a transmissão de três marchas e sua vocação mais para buggy premium do que para um SUV, ele poderia ter dado certo. Imagina você, no início dos anos 90 curtindo uma viagem, uma trilha ou até um passeio pelas dunas de areia do nordeste brasileiro com um carro assim… confessa, é brega mas você ia gostar!

Vídeo promocional

A melhor parte, está neste vídeo. Coloque uma música da Cindy Lauper ou, se você preferir Mötley Crüe ou Cinderella, e curta esta imersão na época. Você não vai se arrepender!

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