Teste: Toyota Prius – o híbrido mais vendido do mundo
maio 10, 2019Anunciado para o Brasil em 2011 e vendido a partir do ano seguinte, é o carro mais econômico do País e conta com incentivos fiscais
O Toyota Prius é um ícone entre os carros ecológicos em todo o mundo. Lançado em 1997 no Japão, e em 2001 para outros mercados, foi o pioneiro do seu segmento. Ele é também o carro ecológico mais vendido do mundo, com mais de 10 milhões de unidades comercializadas desde que saiu da fábrica pela primeira vez.
Econômico e ecológico
Segundo divulgado pelo Inmetro, a atual geração do Prius tem consumo de combustível urbano de 18,9 km/l. No rodoviário, ele cai um pouquinho: 17 km/l, devido ao maior uso do motor à combustão, mesmo assim, seus números o credenciam como o carro mais econômico do Brasil.
Mas, na prática, estes números animadores podem ser ainda melhores. Tivemos a oportunidade de testar um Toyota Prius, cedido gentilmente pela fabricante, por um período de sete dias e, após cerca de 480 km de teste em circuito misto, o consumo foi mais do que animador: 18 km/l, na cidade e 21 km/l, na estrada. Detalhe: ambas as medições feitas com ar-condicionado ligado 100% do tempo.
Experiência única
A surpresa começou no momento da partida do carro. Como o Prius possui chave presencial, bastou entrar no carro, pisar no freio e apertar o botão de partida. O painel do veículo acende e há uma animação de um Prius em movimento, mas silêncio é absoluto. A única indicação que temos de que o carro está ligado e pronto para rodar é o “READY” presente no painel.
Com alavanca de câmbio CVT do tipo “joystick”, foi preciso algum tempo para acostumar-se com sua dinâmica de condução, mas quando nos acostumamos com ele, é difícil não querer repetir a dose mais, e mais. Só é um pouco confuso lembrar que o freio de estacionamento fica nos pés, como nas picapes antigas. Poderia ser através de um botão no console central, e isso coincidiria bem mais com a proposta do carro.
A dirigibilidade é ótima, tudo graças ao sistema Hybrid Synergy Drive que combina dois motores: um elétrico de 72 cv e torque 16,6 kgf.m, e outro a gasolina de 1.8 litros VVT-i3 16V DOHC4, com potência de 98 cv e torque 14,2 kgf.m. Eles podem trabalhar em conjunto ou de maneira isolada, dependendo da necessidade de condução e da carga da bateria.
Esta, por sinal, se torna quase uma “gincana” quando você nota que é capaz de preservar a carga da bateria ou carregá-la mais rapidamente, dependendo única e exclusivamente de como você acelera o carro e como tira o pé do acelerador ou freia, situações em que a rotação das rodas viram o gerador de energia. Você pode acompanhar cada detalhe deste processo em diagramas mostrados no painel e no HUD (Head-Up Display) projetado no para-brisa.
O Toyota Prius também conta com quatro modos de condução: Normal, ECO, Power e EV (Electric Vehicle). No primeiro deles, o sistema prioriza a dirigibilidade, mesclando o uso no modo somente elétrico para o combinado. No ECO, o sistema permite que o veículo rode o máximo de tempo possível somente com o motor elétrico. Já no Power, o objetivo é primar pelo desempenho e, por todo o tempo, o conjunto funcionará de forma combinada e com desempenho aprimorado e, posso afirmar: Dá para se divertir bastante. Já no último modo, o EV, ele funciona como um veículo 100% elétrico, mas volta ao modo normal dependendo da forma como acelere o veículo.
Conforto e Conveniência
O conjunto de suspensão cumpre muito bem o seu papel, com sistemas independentes McPherson dianteiro e multi-braço traseiro. O mais interessante é que mesmo o acima da média (1.400 kg), o conjunto filtra muito bem as irregularidades da pista e funciona como “um tapete” na cidade, mas é firme o suficiente na estrada.
Entre os itens de conveniência, destaque para o ar-condicionado digital dual zone, banco do motorista com regulagem elétrica para ajuste lombar, bancos dianteiros com sistema elétrico de aquecimento, coluna de direção com regulagem manual de altura e profundidade, comando interno de abertura da tampa do tanque de combustível, Smart Entry(a) nas portas dianteiras, Start/Stop Engine Button, faróis e luzes de posicionamento em LED, antena shark fin, lanternas traseiras em LED.
O sistema multimídia é o Toyota Play com tela touch de LCD de 7” com sistema de áudio JBL compatível com funções de CD-R/RW, MP3, sistema Bluetooth, rádio AM/FM, 4 alto-falantes, 6 tweeters, sistema de navegação (GPS), TV digital(d) , DVD player e câmera de ré com linhas-guia auxiliares. Esta central, por sinal, é o principal calcanhar de Aquiles do veículo, pois não há conectividade via Apple CarPlay e Android Auto, bem como também tem sintonia de rádios bastante deficitária.
Acrescenta-se a lista o carregador sem fio para smartphone e o Head-up Display (HUD) colorido, que projeta informações do veículo no para-brisa.
Entre os itens de segurança, o Toyota Prius vem com controle Eletrônico de Estabilidade (VSC), controle Eletrônico de Tração (TRC), sete airbags, dois frontais, dois laterais e dianteiros, dois tipo cortina e um de joelho (motorista).
Veredicto
O carro híbrido é a realidade mais próxima da nossa, já que a infraestrutura necessária para a ampla utilização destes veículos ainda está longe do nosso País, principalmente em regiões interioranas. Já os híbridos conseguem combinar o melhor dos dois mundos, com economia de combustível elogiável e, em alguns estados, recebem incentivos para a compra. Em São Paulo/SP, por exemplo, elétricos e híbridos são isentos de rodízio e, além disso a Lei nº 15.997 estabelece que os donos desses veículos com valor de até R$ 150 mil (o Prius custa R$ 125.450) teriam isenção do IPVA, a partir de 2016, dos 40% do IPVA que cabem ao município. É ou não é algo a se considerar?