Teste: Renault Logan Iconic CVT – versão topo de linha vale a compra?

Teste: Renault Logan Iconic CVT – versão topo de linha vale a compra?

março 25, 2020 Off Por Fernando Naccari

Modelo melhorou em itens de série e oferta de câmbio automático elevou a qualidade do sedã, mas vale a pena pagar R$ 73.390 nele?

Fotos: Fernando Naccari / Renault – Divulgação

Visual

Assim como na reestilização do Sandero, o Logan recebeu modificações no visual que lhe deram uma rejuvenescida, como os novos para-choques com design mais limpo, faróis com iluminação em LED e faróis de neblina com aro cromado.

Na traseira, ao contrário da versão hatch, as lanternas permaneceram as mesmas, mas o para-choque ganha um aplique plástico que liga as duas extremidades do carro às laterais, incluindo um contorno nas caixas de rodas.

Por dentro, o volante é novo e ganha botões dos controladores de cruzeiro. Os botões dos vidros elétricos traseiros agora vão para o painel de porta e saem do console central, como ocorria nas antigas versões. Além disso, os bancos dianteiros são novos e propiciam uma melhor ergonomia.

Motor e Câmbio

O motor não mudou e continua o conhecido 1.6 16V de 118 cv (E) / 115 cv (G) a 5.500 rpm e 16 kgfm (E/G) a 4.000 rpm. O que muda é que o sedã agora conta com câmbio do tipo CVT (continuamente váriável) fornecido pela Jatco X-Tronic, os mesmos já utilizados na linha Nissan e o no Renault Captur, por exemplo.

Este casamento é bem feito e propicia uma direção suave, mas só isso. Esta suavidade se torna letargia em muitos casos e a ausência de um botão “Sport” faz muita falta. Para compensar, há a possibilidade trocas manuais na alavanca, com o CVT simulando seis marchas.

O consumo foi bom, marcando 7 km/l em trajeto essencialmente urbano, com trânsito pesado e com ar-condicionado sempre ligado.

Suspensão e Freios

Uma questão interessante é que o Logan CVT é 40 mm mais alto que as versões de câmbio manual. Isso acontece devido ao cárter do câmbio ser mais extenso para baixo e, neste caso, poderia ser danificado ao atingir um buraco, por exemplo, assim, a medida de segurança foi deixar o sedã mais alto… bem alto.

De lado dá para notar o quão distante o Logan CVT é do solo, quase um sedã-SUV (já que o Kwid é sedã dos compactos…), e isso impacta na dirigibilidade em curvas de alta.

Para compensar esse molejo novo com o centro de gravidade mais alto, a suspensão tornou-se mais firme e, consequentemente, mais rígida e menos atuante nas absorções de imperfeições do asfalto. Quem já dirigiu o Logan antigo vai perceber a diferença de cara, quem não, vai achar o carro “durinho”.

No mais, sem mudanças no conjunto McPherson dianteiro e eixo de torção na traseira.

Os freios também mantém suas características, com discos ventilados na frente e tambores atrás. Uma questão de dirigibilidade: quem dirige carros automáticos utilizando o pé esquerdo para frear, como eu, vai perceber que precisa sentar mais lateralizado, pois os pedais do sedã são posicionados mais a direita do que o habitual.

Itens de Série

Ponto mais do que positivo: ele é bem equipado! Os maiores destaques são volante multifuncional com regulagem de altura e profundidade, vidros elétricos nas quatro portas, retrovisores com regulagem elétrica, ar-condicionado, bancos em couro com regulagem de altura para o motorista, central multimídia com conectividade via Android Auto e Apple CarPlay, controle de tração, assistente de partida em rampa, airbags frontais e laterais, Isofix, sensor de estacionamento, câmera de ré e computador de bordo.

Veredicto

Ele ficou um pouco mais moderno e a oferta de câmbio CVT era uma necessidade antiga, mas o desempenho ainda deixa a desejar principalmente em ultrapassagens e subidas, situações em que o câmbio faz o motor trabalhar em rotações altíssimas, mas sem entregar o desempenho que se espera da situação.

Além disso, embora tenha evoluído em itens de série, o excesso de plásticos duros no acabamento interno depõem contra a proposta de um modelo topo de linha que custe R$ 73.390.

Nestes valores, o Chevrolet Onix Plus com mecânica 1.0 turbo e na versão de topo LTZ, parte de R$ 67.290, assim como o Hyundai HB20S Diamond, que também vem com mecânica 1.0 turbo e tem preço inicial de R$ 76.890 me parecem opções melhores.

Galeria