Teste: Fiat Argo Trekking é um aventureiro urbano, mas vale a compra?

Teste: Fiat Argo Trekking é um aventureiro urbano, mas vale a compra?

agosto 30, 2019 Off Por Fernando Naccari

Nova versão do hatch da Fiat tem até pneu de uso misto para se aventurar em estradas de terra, mas se dá muito bem na cidade

Texto: Fernando Naccari

Fotos: Edgar Klein

A Fiat sempre se destacou por ter veículos com aspecto aventureiro, mas já há algum tempo esta tradição vivia um hiato desde os últimos Fiat Weekend Adventure e Strada Trekking.

Como todo descendente de italianos, a Fiat honra as origens e traz como uma opção intermediária na linha Argo a versão Trekking que, entre outros diferenciais, traz suspensão elevada em 4 cm e pneus de uso misto claro, para não fazer feio em estradas de terra. Tudo isso a partir de R$ 59.990.

Mecânica

O modelo é baseado na versão Drive 1.3, com quem compartilha o motor e o câmbio manual de cinco marchas. O quatro-cilindros Firefly desenvolve 109 cv de potência com etanol e 101 cv com gasolina. O torque é de 14,2 kgfm (E) e de 13,7 kgfm (G).

Com este conjunto, o hatch anda bem na cidade e não decepciona na estrada. Apesar de não ser equipado com sistema Start/Stop, também bebe pouco: em nossos testes anotou 9,2 km/l na cidade, com ar-condicionado ligado e com etanol no tanque. Na estrada, a média sobe para 11,1 km/l.

Suspensão

Nesta versão, o hatch recebeu novos amortecedores e molas, que além de mais resistentes, elevam a suspensão em 4 cm. Os pneus utilizados são os Pirelli Scorpion ATR 205/60 r15 de uso misto. Apesar da maior altura e dos pneus diferenciados, o carro não ficou bobo em curvas nem os ruídos dos pneus com o solo aumentaram o ruído na cabine.

A estabilidade é elogiável, na verdade. Claro, a rolagem da carroceria é um pouco maior, mas ainda mantém o carro “na mão”. Além disso, a calibração da direção eletro-assistida é adequada.

Com este conjunto maior, a principal vantagem é não raspar a dianteira em valetas, lombadas e, claro, em estradas de terra, dá para rodar tranquilo sem grandes preocupações se a parte inferior vai se chocar com algo, afinal, o vão livre do solo chega a ótimo 21 cm.

Visual

Por fora, o Argo Trekking se destaca também pelas molduras plásticas que unem os para-choques, caixas de roda e laterais. O capô tem um adesivo em preto fosco na porção central, muito semelhante ao utilizado no Jeep Renegade em algumas versões.

No teto, dois triângulos laranjas lembram o desenho de um pinheiro que, na verdade, é a imagem que identifica a versão, repetida nas laterais e traseira junto ao ‘Trekking’ estilizado. O teto é pintado em preto brilhante, não envelopado.

Por dentro, o modelo repete a estratégia da versão HGT com teto e colunas em preto. Os bancos são em tecido com o nome da versão bordada na porção superior do encosto e oferecem bom apoio para as pernas e lombar.

O acabamento também é um destaque positivo e, apesar de ter plásticos em sua maioria, são de boa qualidade, têm texturas diferentes e encaixes precisos, sem rebarbas.

O modelo vem de série com a ótima central multimídia UConnect® de 7” touchscreen que traz conectividade via Apple CarPlay e Android Auto, comandos de voz Bluetooth, MP3, Rádio AM/FM, entrada auxiliar e portas USB. A qualidade de som é boa, embora a sintonia de antena as vezes não seja muito precisa, mas isso é um problema muito comum em São Paulo/SP: há muitas rádios piratas em sintonias próximas as de rádios famosas.

Além disso, o espaço interno também é elogiável, assim como no restante da linha e todos os ocupantes viajam com bom espaço para a cabeça e para as pernas. Para melhorar a ergonomia do motorista, faz falta as regulagens de altura do banco e profundidade do volante.

Itens de série

Por R$ 59.990, o Argo Trekking sai de fábrica com ar-condicionado manual, vidros elétricos nas quatro portas, retrovisores elétricos, chave com telecomando, faróis de neblina, alarme, computador de bordo, sensores de estacionamento, sistema de monitoramento da pressão dos pneus e banco do motorista com regulagem de altura e a central multimídia UConnect de 7”. O modelo testado contava com dois opcionais: câmera de ré e rodas de liga-leve exclusivas, que elevavam o preço final do veículo para R$ 63.150.

Galeria

FICHA TÉCNICA

Motor: Quatro cilindros em linha 1.3, 8V, Flex
Cilindrada: 1.332 cm3
Combustível: flex
Potência: 101 cv a 6.000 rpm (G) e 109 cv a 6.250 rpm (E)
Torque: 13,7 kgfm a 3.500 rpm (G) e 14,2 kgfm a 3.500 rpm (E)
Câmbio: manual, cinco marchas
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira)
Freios: Disco sólido (dianteira) e tambor (traseira)
Tração: Dianteira
Dimensões: 3,998 m (comprimeto),1,724 m (largura), 1,568 m (altura)
Entre-eixos: 2,521 m
Pneus: 205/60 R15
Porta-malas: 300 litros
Tanque: 48 litros
Peso: 1.135 kg