TESTE: Honda CR-V Touring 1.5 Turbo CVT

TESTE: Honda CR-V Touring 1.5 Turbo CVT

maio 3, 2019 Off Por Fernando Naccari

Confortável, tem bom acabamento, é bonito e anda bem, mas quando você descobre que ele custa R$ 194.900,00, percebe que é bom pensar antes de comprá-lo

Ele evoluiu muito quando comparado a geração anterior. Nesta 5ª geração, ficou maior, tem design mais agressivo e acabamento interno elogiável, além do eficiente motor 1.5 turbo com câmbio CVT, mas será que isso é o suficiente para beirar a casa dos R$ 200 mil reais? Talvez não, mas isso depende muito do seu ponto de vista e medida de comparação.

Vou explicar melhor: se você já teve um carro dessa categoria e com preço superior a R$ 150 mil reais, você já tem uma boa medida de comparação para considerar o CR-V Touring uma opção difícil de ser escolhida. A não ser que seu carro também tenha um CR-V, neste caso, a nova geração está um abismo à frente da anterior.

Na 4ª geração, o CR-V tinha preço sugerido de R$ 149.990 e vinha importada do México e, com isso, chegava por aqui com isenção de taxa de importação. Mas, agora, o modelo vem importado dos Estados Unidos e, quando chegou por aqui, chegou R$ 30 mil reais mais caro, mas agora, o preço já subiu muito e chega a R$ 194.900 em versão única, a topo de linha Touring.

Para você ter ideia, com R$ 199.950, você compra um Volvo XC40 Momentum que, embora tenha porte menor, vem motor com 2.0 de 252 cv de potência e tem até sistema de condução semi-autônoma. Outra opção nesta faixa de preço é o Mercedes-Benz GLA 200 ff Night, que embora tenha menor potência (156 cv), tem acabamento interno de mesmo nível, a qualidade de um Mercedes-Benz e custa menos R$ 189.900,00.

Mas algumas coisas podem justificar a compra do Honda: o número de concessionárias da marca no Brasil, o preço das revisões e o valor do seguro, que tendem a posicionar o Honda em uma posição mais interessante que os rivais.

A bordo do CR-V

Você se surpreende de imediato com a qualidade do acabamento interno do CR-V Touring. Os bancos em couro claro mesclam perfeitamente com os detalhes em madeira do painel de instrumentos e portas, um requinte trazido do público americano.

Além disso, os bancos dianteiros possuem regulagem elétrica e permitem um conforto elogiável. A posição de dirigir também é bastante agradável, e o painel de instrumentos TFT de 7″, trazido do Civic, tem layout limpo e intuitivo, bem como seu computador de bordo. Destaque para o Head-Up Display, que projeta as informações de velocidade, aceleração e o “curva-a-curva” do GPS ou do Waze, quando conectado via Android Auto.

Acrescenta-se aos itens de conforto o ar-condicionado digital de duas zonas e saídas para os bancos de trás, retrovisores com regulagem e rebatimento elétrico, central multimídia com conexão via Android Auto e Apple CarPlay, conjunto óptico full LED (faróis alto, baixo, de neblina e luzes de rodagem diurna DRL), lanternas traseiras em LED, porta-malas com abertura elétrica e sensor Hands-free, ativado pelo movimento dos pés via sensor, que fica localizado embaixo do para-choque traseiro, freios Auto-Hold e freio de estacionamento com acionamento elétrico, partida por botão, VSA (ESP, controle de tração e partida em rampa) e o “LaneWatch”, uma câmera posicionada abaixo do retrovisor direito que mostra a região do “ponto cego na tela da central multimídia, acionada sempre que a seta para a direita é ativada, ou quando o botão na chave de seta é ativado. Ah, ele também tem sistema de monitoramento de atenção, que dá alertas ao motorista quando nota que ele está demonstrando fadiga ao dirigir.

Gigante

As dimensões são mais do que generosas no modelo, um grande desafio para os designers, que procuram tornar algo gigante em visualmente atrativo, e um desafio para os motoristas, que sofrem para encontrar vagas, se manter nas faixas de rodagem e entrar em ruas estreitas.

São elas:

  • Altura (mm) 1667
  • Largura (mm) 1855
  • Comprimento (mm) 4591
  • Distância entre eixos (mm) 2660
  • Peso Bruto Total (Kg) 2130
  • Massa em ordem de marcha (Kg) 1607
  • Capacidade do tanque de gasolina (L) 57
  • Volume do porta-malas regular e com os bancos rebatidos (L) 522L / 1084L

Mecânica dá conta do recado

Ele vem com o novo e eficiente motor 1.5 Turbo, mas diferentemente do que ocorre na versão Touring ou Si, tem taxa de compressão mais baixa, mas é compensada com um turbo mais valente. Nesta configuração, tem 190 cv de potência e 24,7 kgfm de torque máximo, tudo isso comandado pela transmissão CVT que simula sete marchas e com opção Sport.

Tanto no uso urbano, quanto no rodoviário, o CR-V de 1,6 Ton tem fôlego de sobra para encarar ultrapassagens, subidas íngremes e, ainda assim, ser relativamente econômico. Em nossos testes, anotou 8,4 km/l, na cidade e 11,3 km/l, na estrada. Este propulsor bebe somente gasolina.

Conforto de rodagem

A CR-V Touring tem suspensão independente nas quatro rodas com buchas hidráulicas, que absorvem melhor os impactos nas vias e reduzem os ruídos advindos do conjunto. Além disso, o modelo conta com tração integral sob demanda, que varia o torque em cada roda dependendo da necessidade imediata.

A direção tem assistência elétrica, que altera sua leveza de acordo com a velocidade do veículo de maneira exemplar. Com todos os predicados, o CR-V é “um tapete”.

Veredicto

Bom, praticamente já demos a resposta, mas vale ressaltar: o CR-V Touring é, com certeza, um excelente carro e faz muito bem tudo aquilo a que se propõe. Seu ponto fraco, realmente, é o preço. Quando entramos neste mérito, há melhores opções, a não ser que você goste muito do modelo japonês. Se este for o caso, pode comprar sem medo.

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