5 Dicas: como cuidar dos freios do seu carro – tutorial definitivo
janeiro 29, 2019Tudo pode vir a falhar em um carro, mas nenhum item causa mais risco aos ocupantes quando falha do que os freios. A reação é instantânea: nós pisamos no freio quando a situação é de risco. Seja para evitar um acidente iminente (colisões com outros veículos, por exemplo), um atropelamento (quando uma criança atravessa a rua correndo…), ou quando você precisa reduzir a velocidade do carro para contornar uma curva, parar no semáforo, estacionar…
Bom, várias são as situações na condução que nos fazem ser dependentes dos freios de um veículo e, claro, eles não podem falhar. Pensando nisso, preparamos esta lista com todos os detalhes para que você possa cuidar do sistema de freios do seu carro da maneira correta.
Mas, como funciona o sistema?
Antes de falarmos sobre como cuidar dos itens que compõem o sistema, precisamos explicá-lo para que todos cheguem à última linha deste texto com as informações niveladas.
Explicando de maneira simplificada, para frear o carro, junto às rodas de um veículo há um disco (ou tambor) fixo à roda e que gira juntamente com ela. Neste disco (ou tambor), as pastilhas (ou lonas) ficam alojadas “abraçando-o” (ou expandindo por dentro do tambor para reduzir o movimento do conjunto).
Quando acionamos o pedal de freio, um fluido comprimido dentro das galerias do sistema hidráulico é direcionado até as rodas fazendo com que as pastilhas ou sapatas atuem, reduzindo a rotação das rodas de acordo com a força aplicada pelo condutor, seja para uma simples redução na velocidade, ou para uma parada completa.
No entanto, tanto pastilhas (lonas), quanto discos (tambores), apresentam desgaste de sua superfície. Vale lembrar que este desgaste é compensado até certo ponto por dispositivos de regulagem automática presentes no conjunto, mas quando este desgaste se intensifica demais, é preciso levar o carro ao seu mecânico para que ele faça uma revisão completa do sistema.
1. Pedal, Servo freio e Cilindro-mestre
Tudo começa no pedal. É nele que atuamos todo o tempo e, apesar disso, raramente apresenta um problema. Caso comece a apresentar algum tipo de rangido, basta lubrificar sua conexão com uma graxa branca, por exemplo.
Quando falamos em servo freio, sua função é multiplicar a força aplicada pelo motorista no pedal. Seu papel é importantíssimo, pois em ele, o esforço necessário para frear o carro seria muito maior. Se você for agora lá olhar o do seu carro, verá que há uma mangueira que o conecta ao motor e isso acontece porquê ele trabalha com o vácuo gerado pelo funcionamento do motor, diminuindo a carga aplicada ao pedal. É por isso que, quando você pisa no freio com o carro desligado, ele fica muito mais pesado do que o normal.
É sabendo disso que já sabemos um sintoma de quando ele falhar: o pedal ficar duro de repente. Isso pode acontecer por um furo em sua membrana interna ou soltura da mangueira que a conecta ao motor. Outro problema que pode ocorrer é quando você nota que o nível do reservatório do fluido de freio abaixou. Neste caso, ele pode ter vazado para dentro do servo freio. Caso ocorra, somente a troca do componente é recomendada. Entradas falsas de ar no coletor de admissão também fazem com que a depressão no interior do servo freio caia, reduzindo a sua eficiência.
Outro item importante desta primeira parte do sistema é o cilindro mestre. Ele é quem distribui o fluido de freio pressurizado do sistema hidráulico para cada roda. Quando apresenta falha, normalmente é devido à corrosão interna causada pela contaminação do fluido por água, fazendo-o vazar. Quando isso ocorre, o pedal “fica baixo” e o componente precisa ser trocado.
2. Tubulações e flexíveis
A função deles é simples: transportam o fluido por todo o sistema hidráulico. Normalmente, há partes em aço em áreas rígidas e outras flexíveis emborrachadas próximas às rodas. Devemos ter cuidado para que eles não apresentem vazamentos ou inchamentos, pois caso isso ocorra, a segurança dos ocupantes pode ser colocada em risco. Não há tempo estimado para troca, mas é outro item que merece análise recorrente.
3. Fluído
Todo mundo lembra dele, mas poucos são aqueles que fazem a troca completa do fluido. Ele é responsável por exercer a pressão hidráulica para acionar os pistões das pinças de freio dianteiras contra as pastilhas e para os cilindros de roda traseiros (quando o veículo possui tambor ao invés de discos) acionarem as lonas.
Devido à importância, você deve conferir o seu nível semanalmente além de algum tipo de contaminação visível. Atualmente, são comercializados os fluidos DOT 3, DOT 4 e DOT 5.1. Todos eles são higroscópicos, ou seja, absorvem a umidade e, quando isso ocorre, tem seu ponto de ebulição drasticamente reduzido, o que deixa propício a criar bolhas. A presença de bolhas prejudica faz o pedal baixar e deixa a frenagem bastante prejudicada. Há ainda o fluido DOT 5, que é a base de silicone e que repele esta umidade, mas não é compatível com os componentes dos sistemas que utilizam os outros fluidos.
Outra coisa, não adianta completar o nível, pois o recomendado sempre é a sua troca a cada 10 mil quilômetros, ou dois anos, o que ocorrer primeiro.
4. Pastilhas e lonas
São os componentes que mais lembramos de trocar. Elas realizam o contato mecânico para frear o veículo e, esta atuação, faz com que sua superfície de contato se desgaste. Quando este desgaste é acentuado, a distância de frenagem tende a aumentar e ruídos provenientes das peças é comum, como chiados (pastilhas) ou como se algo estivesse arrastando (lonas). Sua durabilidade depende de muitos fatores, como o tipo de condução, se o carro é automático ou manual, se pega mais estrada ou trânsito e, claro, se as peças utilizadas são de boa qualidade.
Devido a tudo isso, não é possível estimar sua durabilidade, mas é recomendado conferir o estado das peças a cada 15 mil quilômetros.
5. Discos e tambores
Os discos e tambores também desgastam com a fricção existente entre eles e as pastilhas ou lonas. Eles também sofrem muito com o aumento da temperatura durante a atuação dos freios seguido de resfriamento (como em chuvas, contatos com poças d’água e etc.) Quando isso ocorre, o pedal do freio normalmente começa trepidar.
Normalmente, não há uma quilometragem certa para sua troca, mas cada vez que os componentes de atrito (pastilhas e lonas) necessitarem de troca, é bom conferir se já não é hora de substituí-los.
Em alguns casos, tanto discos quanto tambores podem ser retificados, desde que ainda obedeçam à espessura mínima recomendada pelo fabricante.