Avaliação: Fiat Argo Drive 1.0 é econômico, anda bem e ainda é bonito

Avaliação: Fiat Argo Drive 1.0 é econômico, anda bem e ainda é bonito

fevereiro 8, 2019 Off Por Fernando Naccari

O Argo chegou com uma missão ingrata: ser, ao mesmo tempo, o hatch médio e grande da Fiat e honrar ‘o manto’ antes vestido por Stilo, Punto e Bravo (embora não o substitua mercadologicamente), por exemplo.

Com proporções mais modestas que seus antecessores, surpreendeu ao público (e à imprensa especializada) pelo design arrojado, inspirado no Tipo europeu, e pelo interior refinado, com linhas que lembram a do Mercedes-Benz Classe A da geração anterior.

Mecânica elogiável

Mas o Argo não é só um rostinho bonito, ele é um carro bom de andar. O principal responsável por isso é o ótimo motor 1.0 três-cilindros Firefly que rende 77 cv com etanol e 72 cv com gasolina, e torque de 10,9 kgfm e 10,4 kfgm, respectivamente.

O interessante deste motor é que ele deixa o Argo bastante esperto no uso urbano. Isso ocorre porquê o torque máximo já entregue a apenas 3.250 rpm, mas com ele entregando uma boa parte deste montante a apenas 2.500 rpm, algo próximo a “cada troca de marchas”.

Para orquestrar tudo isso, na versão 1.0 há somente a opção pelo câmbio manual de cinco marchas, que agrada pelo engate preciso e suave, mas que poderia ser mais agradável se a alavanca de câmbio fosse um pouco mais curta, poupando o movimento em extensão dos braços a cada troca.

Embora os números não pareçam ser dos melhores, na prática, o Argo Drive é anda bem. Faz a gente lembrar do Uno quadradinho, leve, ágil e econômico. Bem econômico.

Para se ter ideia do quanto, em circuito urbano e com o ar-condicionado ligado, ele marcou 9,1 km/l com etanol no tanque. Em trajeto rodoviário, a média ficou em 14,5 km/l. Ah, claro, a versão testada possuía o sistema Start/Stop, que desliga o carro em paradas e o religa quando o motorista pisa na embreagem, e isso com certeza colabora para os bons números.

Confortável e bom de dirigir

O Argo combina muito bem uma direção eletroassistida bem calibrada com uma suspensão igualmente eficiente. O conjunto McPherson dianteiro e eixo de torção traseiro, embora tenha concepção simples, tem ajuste tendendo a maciez. É agradável no uso urbano e permite um carro estável, mesmo à altas velocidades em trechos rodoviários , e “na mão” nas curvas acentuadas.

Méritos também para o conjunto rodas e pneus que, no Ardo Drive, é 178/65 R14. O pneu de perfil mais alto do que nas demais versões permite uma área adicional de amortecimento das irregularidades das vias. A versão Precision, por exemplo, usa pneus 185/60 R15.

Interior: o melhor da categoria

Por dentro, o Argo fecha com chave de ouro a imagem de boa compra. Embora não seja comum, o acabamento interno do Argo é o mesmo desde a versão mais básica até a topo de linha, diferenciando-se, apenas, na versão HGT que traz a linha central em vermelho e no tamanho da tela do computador de bordo.

Além da qualidade dos materiais, o visual é bonito, ergonômico e é o típico carro em que você não cansa do visual. Por falar em ergonomia, a posição elevada da central multimídia e sua tela fosca ajudam a ter tudo ao alcance dos olhos, somente com os acionamentos do sistema de ventilação interna e ar-condicionado posicionados mais abaixo.

Mas nem tudo é ergonômico em seu interior. O volante multifuncional tem comandos de volume e mudança de faixas atrás do volante. Os mais desavisados descobrirão sem querer, ou terão que ler o manual.

O espaço interno também é bom, principalmente para quem segue nos bancos traseiros. Todos tem espaço de sobra para as pernas e é possível, inclusive, cruzá-las se for preciso. No porta-malas, tamanho suficiente para o seu porte: 300 litros.

Itens de Série

O Argo Drive 1.0 sai de fábrica com:

  • Aerofólio traseiro;
  • Alarme antifurto;
  • Alertas de limite de velocidade e manutenção programada;
  • Apoia-pé para o motorista;
  • Ar condicionado;
  • Banco do motorista com regulagem de altura;
  • Banco traseiro rebatível;
  • Brake light;
  • Chave canivete com telecomando para abertura das portas, vidros e porta-malas;
  • Check quadro de instrumentos (Welcome Moving);
  • Cintos de segurança traseiros (laterais e central) retráteis de 3 pontos;
  • Computador de Bordo (distância, consumo médio, consumo instantâneo, autonomia, velocidade média e tempo de percurso);
  • Desembaçador do vidro traseiro temporizado;
  • Direção elétrica progressiva;
  • Drive by Wire (Controle eletrônico da aceleração);
  • ESS (Sinalização de frenagem de emergência);
  • Encosto de cabeça traseiro central;
  • Espelho no para-sol lados motorista e passageiro;
  • Follow me home;
  • Gancho universal para fixação cadeira criança (Isofix);
  • HCSS (Sistema de partida a frio sem tanque auxiliar de gasolina);
  • HSD (High Safety Drive) – Airbag duplo (motorista e passageiro) e ABS com EBD;
  • Iluminação do porta-malas;
  • Lane Change (Função auxiliar para acionamento das setas indicando trocas de faixa);
  • Limpador e lavador do vidro dianteiro com intermitência;
  • Limpador e lavador do vidro traseiro com intermitência;
  • Novo motor 1.0 Firefly 6V Flex de 3 cilindros;
  • Predisposição para rádio (2 alto-falantes dianteiros, 2 alto-falantes traseiros, 2 tweeters e antena);
  • Quadro de instrumentos 3,5″ multifuncional com relógio digital, calendário e informações do veículo em TFT personalizável;
  • Rodas de aço estampado 5.5 x 14? com calotas integrais + Pneus “verdes” com baixa resistência a rolagem 175/65 R14;
  • Tomada 12V;
  • Travas elétricas (Travamento automático a 20 km/h, indicador de portas abertas, luz interna com temporizador e tampa do combustível);
  • Vidros elétricos dianteiros com one touch e antiesmagamento;
  • Volante com regulagem de altura.

A versão avaliada contava com alguns acessórios, como a central multimídia de 7″ que tem conexão via Apple CarPlay e Android e que custa R$ 2.100 adicionais. Além disso, acrescenta-se o “Kit Tech” (R$ 1.550), que agrega Sistema Start&Stop; ESC (Controle de Estabilidade); Hill Holder (sistema ativo freio com controle eletrônico que auxilia nas arrancadas do veículo em subida) e TC (Controle de Tração). Outros equipamentos instalados, foram o Kit Convenience (R$ 2.100) (Retrovisores externos elétricos com luzes indicadoras de direção integradas e função Tilt Down (Rebatimento automático retrovisor direito ao acionar a ré; Vidros elétricos traseiros com one touch e antiesmagamento) e o Kit Parking (R$ 1.850) (Sensor de estacionamento traseiro com visualizador gráfico e Câmera de ré com linhas dinâmicas).

Com tudo isso instalado, o Argo Drive sai dos bons R$ 51.490 para os salgados R$ 59.040.

Portanto, saiba que o carro vem “pelado” e para deixá-lo mais equipado, o custo acaba se elevando bastante e é preciso analisar se mesmo assim ainda é uma boa opção para você. Na minha opinião, o Argo Drive tem o melhor motor aspirado do mercado e o interior de veículo mais bonito e agradável da categoria. Se isso te bastar, vai fundo!