Jeep Renegade Sport Flex 1.8 Manual: feito para a cidade
outubro 18, 2018O Jeep Renegade faz sucesso desde o primeiro momento em que colocou os pés (ou as quatro rodas, como preferir) em solo brasileiro. O anti-EcoSport, chegou pouco depois do Renault Duster, que também já havia roubado uma boa parcela de mercado do SUV da Ford, mas conseguiu aliar melhor robustez, design atraente e acabamento superior, e se tornou uma referência de mercado.
A partir dele, um boom de SUVs chegou ao nosso mercado mas, nenhum deles se assemelha ao Renegade em um aspecto único: o modelo da Jeep, apesar de ser um SUV urbano nesta versão Sport, é o único que te passa a sensação de ter um algo a mais. Isso se explica, principalmente, pelo DNA aventureiro da marca, notadamente reconhecida pela vocação fora-de-estrada e pela robustez aplicadas ao Jeep, principalmente aplicada ao seu conjunto de suspensão.
O Renegade também foi protagonistas de outras duas matérias em nosso site: a primeira delas foi a Avaliação dos Donos e, a segunda, a Expedição Naccar com o Renegade Custom Diesel.
Mecânica conhecida
A FCA nos cedeu uma unidade do Jeep Renegade Sport 1.8 Flex com câmbio manual. Com 139 cv (E) / 135 cv (G) a 5.750 rpm e torque de 19,3 kgfm (E) / 18,8 kgfm (G) a 3.750 rpm, o SUV mostra-se avesso à velocidade, e talvez este seja o seu (único) ponto negativo. Os 1.393 kg cobram o seu preço, e o motor E.torQ (amplamente utilizada na linha Fiat), mesmo recalibrado e com câmbio de relações curtas, deixam o Renegade com respostas bastante lentas.
Mas há uma alternativa para tentar superar este problema: o botão “Sport” no painel. Com este acionado, muda-se o mapeamento do motor e é perceptível um fôlego melhorado e fica mais fácil realizar ultrapassagens e vencer subidas íngremes.
Outro detalhe importante é a presença do sistema Start/Stop, que desliga o motor com o veículo parado em semáforos, por exemplo, e dá partida novamente quando o pedal da embreagem é acionado antes de engatar a primeira. Com este recurso, o consumo urbano ficou em 8,9 km/l com etanol no tanque. Mesmo na estrada, em trajeto em que o sistema não atua, o consumo foi bom: 15,9 km/l, também com etanol.
Vale lembrar que, a função fica desabilitada nas seguintes situações: motor frio, veículo em rampa, bateria fraca e cinto do motorista desafivelado, dentre outras situações, como se o motor estiver desligado por mais de três minutos e se o ar-condicionado estiver ligado (nesse caso, a parada é limitada a um minuto).
É jipão ou não?
O sistema de suspensão, curiosamente, é o mesmo na dianteira e na traseira: tipo McPherson, barra estabilizadora, rodas tipos independentes e molas helicoidais. A calibração do conjunto é mais dura do que o habitual nesta classe de veículos, mas tem toda a assinatura de um Jeep.
Traz firmeza mais do que suficiente para a utilização em estrada, mesmo em curvas acentuadas, mas no uso urbano, pode causar incômodo de início, mas logo vira habitual e você entende a proposta do veículo perfeitamente. Já, no uso fora de estrada, a suspensão elevada e o conjunto robusto ajudam a vencer trilhas pequenas, mas a tração 4×2 limita com relação ao tipo de aventura.
Conforto à bordo
Além disso, os ocupantes tem viagem tranquila garantida dentro do Renegade. Todas as posições encontram bom espaço, talvez o que mais sofra seja o passageiro central traseiro, mas mais por espaço lateral do que para as pernas.
O motorista também viaja confortavelmente e, com ajustes de altura e profundidade do volante, bem como do assento, consegue encontrar boa posição de direção. Os comandos do computador de bordo e da central multimídia no volante também colaboram para a boa ergonomia. Mas os botões de acionamento do ar-condicionado ficam em posição baixa e, para quem não tem braço longo, é necessário se curvar um pouco.
O que poderia ser melhor é a pequenina central multimídia. Mesmo sendo superior ao rádio utilizado no modelo de entrada (mesmo aparelho que vimos, inclusive, no Fiat Mobi), é algo que precisa ser revisto, pois a tela é pequena e dificulta os acessos ao motorista. Mas vale ressaltar que possui câmera de ré que, mesmo com imagem pequena, é bastante útil em manobras curtas.
A cabine também vem com diversos porta-objetos, inclusive com um deles abaixo do banco do passageiro dianteiro, além de porta-copos próximos ao freio de estacionamento e nos acabamentos de portas. Estes, no caso, poderiam ser mais profundos para abrigarem garrafas maiores. Há também apoio de braço central com porta objetos interno.
Itens de Série
O Jeep Renegade Sport vem de série com ar-condicionado, direção com assistência elétrica, trio elétrico (vidros, retrovisores e travas elétricas), câmera de ré, piloto automático, duas entradas USB, volante multifuncional, rodas de liga leve, faróis e lanterna de neblina, sensores de estacionamento, porta-óculos, barras longitudinais de teto, banco do passageiro rebatível e com porta-objetos sob o assento, central multimídia Uconnect de 5” com tela de toque, GPS e câmera de ré (central disponível apenas com motor 2.0 Diesel).
Veredicto
Se você procura um modelo versátil para o uso urbano e que, na medida do possível, seja econômico, o Jeep Renegade Sport manual pode ser uma boa pedida para você, desde que você não seja acostumado a uma condução mais esportiva no dia-a-dia.
A lista de itens de série generosa, associada a robustez do conjunto de suspensão credenciam como um carro ótimo para fugir da rotina, enfrentar uma estrada aos fins de semana e até uma estradinha de terra de vez em quando. O preço da versão no mercado de usados tende a cair, já que o novo Jeep Renegade foi anunciado nesta semana.
Tabela FIPE – modelo usado 2017: R$ 69.480,00
Revisões
12 mil km – R$ 362
24 mil km – R$ 770
36 mil km – R$ 863