Renault Duster é bem avaliado pelos donos devido ao excelente custo-benefício
março 22, 2017O Renault Duster praticamente inaugurou a disputa entre SUVs com o até então líder absoluto e isolado, Ford EcoSport no ano de 2011. Com preço competitivo, promessa de melhor custo-benefício e robustez destacada, logo conseguiu seu espaço e conseguiu uma legião de apaixonados, roubando, inclusive, ex-proprietários do SUV da Ford.
Disponível, basicamente, com duas motorizações (1.6 e 2.0) e duas opções de câmbio (manual ou automático) em lançamento, havia ainda a opção pela tração 4×4, destaque este que o distanciava ainda mais de sua concorrente.
O Duster se destacava ainda pelo bom espaço interno, porta-malas amplo e extremo conforto e, com tudo isso, chegou a liderar o ranking de vendas no seu primeiro ano de vida. No entanto, com a chegada de concorrentes mais refinados, como o Jeep Renegade e Honda HR-V, o buraco ficou mais embaixo e as vendas caíram abruptamente.
Com isso, a Renault decidiu dar uma repaginada na aparência do Duster em 2015, como uma nova grade, nova régua da tampa do porta-malas, faróis com iluminação LED e novas lanternas traseiras.
Além da nova estética externa, por dentro, algumas coisas foram aprimoradas. O console central ficou mais alto e ostentava acabamento em preto brilhante e novo sistema Media NAV Evolution, item de série na versão Dynamique. O sistema de GPS, ao contrário do que ocorre com a maioria, utiliza ondas de rádio para obter informações de trânsito. O ponto negativo continuou para a posição dos botões de acionamento dos vidros elétricos e do controle dos retrovisores, abaixo da alavanca de freio de mão, local nada habitual e ergonômico.
Mecanicamente, os motores permaneceram os mesmos 1.6 16V e o 2.0 16V. Como diferencial, ganhou 0,4 kgfm de torque na versão 1.6, além do Eco-Mode, que limitava o torque do motor e o funcionamento do ar-condicionado para aprimorar a economia de combustível.
Agora, ao fim de 2016, a Renault disponibilizou o novo motor 1.6 SCe, todo fabricado em alumínio. Com a nova mecânica, o Duster ficou mais silencioso e eficiente. Com 118 cv com gasolina e 120 cv com etanol, ganhou potência em relação à antiga versão que possuía 110 cv/115 cv, respectivamente. Além disso, o torque melhorou: 16,2 kgfm, contra 15,5 anteriormente.
O que os donos dizem?
Mas e os proprietários, o que eles tem a dizer sobre o veículo? Para sabermos como é a real experiência de guiar um Duster pelas cidades do nosso país, ouvimos alguns donos do carro que nos contaram em detalhes o que veremos a seguir.
1. A escolha pelo Duster
O técnico eletrônico Anselmo Alves Rodrigues, de 36 anos de Poá/SP, comentou sobre o seu veículo e processo de escolha dele: “Eu tenho um Renault Duster 2.0 Dynamique 4×4, com câmbio manual de 6 marchas. Ele é 2013/2014 e está com 58.000 km rodados. Sou dono do carro há sete meses e decidi comprá-lo após uma longa pesquisa e tendo como base de comparação o meu antigo carro, um Renault Sandero Stepway“.
Em outra capital, o pastor Evangélico Carlos Manoel Nibbering de 49 anos, morador de Recife/PE, também tem um Duster, mas da nova geração: “Eu adquiri um Duster Dynamique 2016/2017 4×2 1.6 16V com o novo motor SCe. Atualmente, ele está com cerca de 3500 km rodados”.
O Coordenador de Vendas Flavio Rafik Landim, da capital de São Paulo, comentou sobre o seu carro e processo de compra deste: “Adquiri um Duster Outdoor 1.6 16V 2014/2015 e a quilometragem atual dele é de 53.000 km. Para comprá-lo, não tive dúvidas, o Duster que me escolheu. Apareceu essa oportunidade e eu abracei”, disse Flavio. No entanto, acrescentou: “Pesquisei sobre a Duster por uma semana até me decidir e o fator principal foi o custo-benefício. Meu antigo carro era um Prisma 2008 e o carro nem se compara ao Duster“.
De Salvador/BA, o taxista Gustavo Miranda comentou sobre seu veículo: “Comprei um Duster Dynamique 2015/2016 e o utilizo como táxi. Comprei o veículo na mão do dono do alvará e agora alugo o mesmo. Atualmente meu o carro está com pouco mais de 90 mil quilômetros rodados”.
Anselmo acrescentou sobre a opção da compra pelo Duster e o que lhe fez optar pela versão 4×4: “Meu último carro foi um Sandero Stepway e, como a família da minha esposa tem uma chácara, eu sempre gosto de dar prioridade para carros neste estilo, mais altos. O (Sandero) Stepway era bom, mas ele me deixou na mão numa subida no caminho para a chácara umas três vezes, porque ele não conseguia subir por não ser 4×4. Quando decidi trocá-lo, busquei um que fosse 4×4 e alto que eu pudesse confiar. Cheguei a ver alguns concorrentes, como a Ford EcoSport, mas o custo benefício do Duster foi o melhor para mim. Eu pesquiso muito antes de comprar e o que foi determinante na escolha do Duster ao invés da EcoSport foram os depoimentos dos próprios donos de EcoSport, que não me falavam bem do carro”, explicou.
Carlos explicou sobre o seu histórico com veículo e que, a escolha do Duster, veio por um mero “acaso”, mas que foi sua melhor decisão: “Nosso carro anterior era um Nissan Versa 2013/2014, mas decidimos em família trocar o carro. Daí, começamos a saga, pois tínhamos alguns modelos em vista e passamos a conhecê-los de perto nas concessionárias. O primeiro foi o Chevrolet Spin LTZ de 7 lugares, mas minha esposa achou muito apertado o banco traseiro. As condições de financiamento ficaram pesadas e o atendimento foi muito ruim na concessionária. Daí, partimos para a Nissan, para conhecer o Novo Versa 2017 com câmbio CVT e ficamos muito entusiasmados, pois como gostamos muito do Versa e tivemos experiências agradáveis com ele, este ganhou a preferência e quase fechamos o negócio, mas pelo horário de fechamento da concessionária, deixamos pra fechar o negócio no dia seguinte. Retornando à concessionária, o Versa deu lugar ao Duster, pois sempre foi a minha cara, e porque gosto de fazer trilhas de bicicleta e poderia levá-las no teto do carro. Começamos a negociação e, após o test-drive, minha esposa gostou muito do carro e deixamos a negociação quase fechada. Porém, li a respeito do novo motor 1.6 SCe que estava já disponível. Assim, voltamos a concessionária para desfazer a negociação e fazer uma nova com o novo motor, quando efetivamos a compra”, explicou Carlos.
Gustavo também sobre como ocorreu a escolha pelo Duster: “Anteriormente eu tinha um Chevrolet Cobalt, mas ele era baixo. Assim, buscava um novo carro que fosse alto e foi justamente onde eu encontrei o anúncio de uma Duster no jornal. Procurei por carro que me surpreendesse em conforto, consumo e segurança. Nisso, pesquisei sobre a Chevrolet Spin, Jeep Renegade e até outro Chevrolet Cobalt, mas coloquei o Duster na frente por ser bastante confortável e bonito, além da altura do veículo ser da forma como eu procurava”, explicou.
2. As qualidades do Duster
De acordo com Anselmo, o interior espaçoso foi crucial na compra do modelo: “Foi um ponto determinante (o espaço interno) e, principalmente, o tamanho do porta-malas”.
Já Flavio, não tinha dúvidas na hora da compra, além de concordar que o espaço interno é diferenciado: “Não vi outros modelos. O custo benefício da Outdoor é maravilhoso. A altura do solo é perfeita para “encarar” os buracos das ruas de São Paulo, sem contar que a posição de dirigir é muito boa, pois você consegue enxergar praticamente tudo à sua frente. O espaço interno e o porta-malas dispensam comentários, pois são simplesmente perfeitos para mim”.
Carlos destacou os mesmos pontos fortes que Flavio, além de acrescentar mais informações: “O carro tem excelente dirigibilidade, espaço interno, conforto e bom porta-malas. Também avalio que a suspensão é muito bem ajustada e apropriada para o carro. Para mim, a cor marrom metálica é o que mais destaca o meu Duster, chama muito a atenção”.
A lista de elogios de Carlos é ainda mais extensa: “O motor não é de tirar suspiros, mas tem amaciado e ficado cada dia melhor e mais econômico, estou gostando muito. Junto a ele, ressalto o câmbio suave e preciso; a posição de dirigir, que para minha esposa e filha são bastante agradáveis, além de ser um modelo fácil de manobrar. Posso listar muitas coisas, como também a central Media NAV que, para mim, tem uma excelente qualidade de som, além do espaço traseiro para três ocupantes que é suficiente e confortável. A altura do solo é extraordinária (21cm) e os ângulos de ataque e saída são excepcionais. Faz muita diferença nos quebra-molas, estradas de terra, lombadas e principalmente nos alagamentos no período chuvoso”, explicou.
O taxista Gustavo foi na mesma direção, além de elogiar o sistema de iluminação do veículo: “O conforto, e a altura foi o que me fizeram ver algo que não achei em carro nenhum nessa categoria e faixa de preço. A iluminação dos faróis à noite é perfeita, deixando o campo de visão ao dirigir excelente”, observou.
3. Os problemas
Agora, quando falamos em problemas, não há um consenso. Houve quem passou ileso, mas tem proprietário na bronca com SUV da Renault.
No caso de Anselmo, a manutenção simples e barata do carro o fez optar pelos serviços fora da rede de concessionárias, além da farta presença de peças de reposição: “Comprei o veículo usado, já sem a garantia de fábrica e fiz os serviços em uma oficina mecânica particular. Cheguei a ver em concessionária, mas este é um problema deles, o custo de revisão é muito alto. Se você pega os mesmos itens citados na revisão e faz o serviço fora, sai muito mais barato. Outra vantagem é que as peças são baratas e parte dos componentes derivam do Sandero. Então, para itens de troca básica como óleo e filtros, é tudo muito fácil de se achar”.
O proprietário ainda acrescentou que já teve um problema com seu Duster, mas o custo para o reparo foi baixo: “Já tive um problema numa bobina de ignição que queimou, mas foi fácil de achá-la. O carro começou a falhar muito e, quando levei ao meu mecânico, ele disse que a bobina estava um pouco úmida, como se tivesse entrado água. Tive o mesmo problema com o Sandero, inclusive na mesma posição de bobina. Os dois problemas aconteceram após lavar o carro, mas eu nunca lavei o motor. Provavelmente, a água da lavagem escorreu por dentro do capô e pingou lá. O serviço foi bastante barato e, entre peça e mão-de-obra, deu R$ 150,00 no total”, explicou Anselmo.
Flavio também não utiliza dos serviços nas concessionária da marca e teve mais sorte e, até aqui, com somente um ruído no banco lhe incomodando: “De vez em quando, aparece um ‘nhec-nhec‘ no banco do motorista. Quando comprei o carro, ele tinha cerca de 37.000 km rodados e, até agora, só troquei óleo, filtros (óleo/combustível) e velas. Não utilizei os serviços da concessionária, pois o antigo dono já havia feito troca de óleo em outro local, perdendo a garantia. Desde então, faço os serviços em oficinas particulares”, explicou.
Já Gustavo não tem muito o que comemorar. Além do ruído excessivo na cabine acima dos 100 km/h, seu Duster já apresentou diversos problemas: “Desde que eu comecei a andar com o carro, não esqueço do que o mecânico da própria concessionária Renault me falou, dizendo que eu tinha sido premiado com o carro mais problemático da série”, explicou. “Primeiro, o carro desliga sozinho quando esterço o volante para um dos lados, o que faz sua dirigibilidade insegura, pois o volante endurece na hora. Quando o carro não desliga, ele “soluça” e aparece uma luz no painel indicando falha e só três cilindros funcionam. Com isso, levei o carro no guincho para concessionária e levou mais de 10 dias para solucionarem o problema da primeira vez”, explicou.
Gustavo ainda acrescentou que fez as revisões até 30 mil quilômetros, mas acabou desistindo de permanecer realizando os serviços na concessionária pelo alto custo envolvido: “Caí fora quando soube que a revisão de 40 mil quilômetros ia ficar na casa dos 500 reais. Na última revisão, me lembro que, além do valor do serviço, me cobraram uma bateria que seria a causadora dos problemas no carro. Nesta, paguei R$ 452,50, sendo que R$ 222,25 em peças e 230,25 em mão de obra”, acrescentou.
4. Duster: off-road também na prática?
Como todo SUV, a herança fora-de-estrada persegue esse tipo de carro e sempre se espera que seu desempenho tanto na cidade, quanto na estrada de terra, sejam igualmente satisfatórios, mas nem todo mundo explora o potencial do seu carro.
Não é o caso de Anselmo que, quando pode, utiliza seu 4×4 em terrenos acidentados: “Meu uso, a maioria do tempo é urbano, mas pelo menos uma vez por mês, vou para uma chácara no interior de São Paulo que possui terreno acidentado. Em épocas de chuva, somente um 4×4 passa neste lugar. Nunca cheguei a fazer uma trilha pesada, mas tenho vontade. Na estrada (asfalto) também o carro é muito confortável e, a questão da sexta marcha deixa o carro silencioso e bastante econômico”, explicou.
Flavio usa seu carro mais na cidade do que na estrada: Pego muito trânsito todos os dias e, por mês, rodo em torno de 1.000 km. Minha Duster aguenta tranquilamente e eu também (risos). Nem dor nas costas eu sinto por ficar quase 4 horas do meu dia no trânsito caótico de São Paulo. O conforto do carro e a posição de dirigir ajudam bastante. Infelizmente, nunca coloquei meu carro na terra, mas estou ansioso em fazê-lo o quanto antes”, comentou.
Em Recife, Carlos e sua família rodam bastante também com seu SUV da Renault: “O carro atende toda a família. Eu sou pastor evangélico e a minha esposa, além de pastora, é psicóloga, então sempre usa o carro. Minhas filhas cursam Direito na Universidade, portanto, temos 4 rotas diferentes todos os dias e o carro tem que atender à todas, mesmo não sendo possível em algumas vezes. Rodamos muito na cidade, o dia todo e todos os dias. Uso pouco em estrada de terra, apenas nas trilhas para bicicleta ou para acessar os acampamentos da igreja, em visitas a amigos ou à minha mãe que mora em um sítio”, disse.
O caso de Gustavo é o que mais exige do carro. Como taxista, seu carro está sempre enfrentando o trânsito o dia todo: “Todos os dias pego engarrafamento em Salvador e confesso que é bem estressante. Não importa se o carro é novo ou antigo que sempre sofrerá nestas condições. Em estrada de terra, de vez em quando, faço umas aventuras com a família. Já fui para São Raimundo Nonato/PI e, no caminho entre Remanso/BA e Arcoverde/PI tem um trecho de 50 km em que a estrada é de puro cascalho. Surpreendentemente o carro não fez feio, mas mesmo com os ruídos e barulhos, não poderia ter sido melhor”, comentou.
5. Consumo de combustível
Ao contrário do que se especula quando falamos em carros grandes e pesados, Anselmo disse que seu carro surpreendeu pelo baixo consumo de combustível, tanto que chegou a conferir de maneiras diferentes para ter certeza de que o valor aferido era o real: “Há sempre uma polêmica entre o consumo medido no computador de bordo e o real. Para tirar a dúvida, eu faço duas medições: a do próprio computador de bordo e através de um aplicativo que eu baixei para o celular. Geralmente, os valores medidos ficam bastante próximos. Assim, a média na gasolina rodando mais em cidade do que em estrada é de 11,5 km/l. Agora, só na estrada, o determinante (para o baixo consumo) é o pé! À 100 km/h e em sexta marcha, ele chega a 13 km/l. Para o porte dele, eu acho um carro muito econômico. Não costumo muito usar o etanol, mas quando utilizei, ele fez cerca de 7 km/l e, na estrada, chegou a 11 km/l”, explicou.
Flavio também conseguiu valores bastante semelhantes com seu veículo, no entanto, vale lembrar que o carro de Anselmo é 2.0 16V e, o do Flavio, 1.6 16V: “Na cidade, a média é de 10 a 11 km/l. Pelo tamanho do carro, eu acho satisfatório. Minha Duster ‘bebe’ igual ao meu antigo Prisma 2008 que era 1.4″.
Já Carlos, proprietário da nova versão 1.6 com motor SCe, comentou sobre sua experiência de consumo com o carro que, até o momento, é superior aos demais: “Bem, como todo carro zero km, ele começa “beberrão e amarrado”, porém vai se soltando e sendo mais econômico. Hoje, o carro tem feito, sempre com o ar-condicionado ligado, entre 7 e 8 km/l utilizando gasolina em circuito urbano e, na estrada, o valor varia entre 11 e 12,6 km/l, mas com quatro pessoas e com porta-malas cheio”. Carlos acrescentou que fez outra medição em uma longa viagem entre a Paraíba e o Rio Grande do Norte com a função ECO ativa, mas a diferença no consumo, para ele, não foi relevante: “Rodei aproximadamente 150km no modo ECO e mais 150km no modo normal e a economia foi de 0,2km/l. Acho que não vale a pena. Inclusive, na cidade, o consumo é o mesmo”, disse.
Gustavo, no entanto, não está satisfeito neste quesito. Segundo o proprietário, até o momento, o consumo ‘não é muito agradável’: “Na cidade e com gasolina no tanque fica entre 7 a 8 km/l. Na estrada, sobe pra 11 km/l. Quando uso etanol, o consumo fica entre 5,5 a 7 km/l na cidade e não passa de 9,5 km/l na estrada”.
6. Na hora de trocar, vai continuar na Renault?
O ato da troca de um carro, sempre nos traz a dúvida do que fazer. Mudar totalmente, sob a dúvida do que pode lhe esperar, ou continuar com o que você já conhece e perder boas oportunidades no mercado? Sobre este assunto, Anselmo só tem uma certeza de que deseja permanecer com um off-road: “Eu costumo falar para meus amigos que, quando a gente entra para este mundo SUV a gente não quer mais sair. Ainda mais no meu caso que sempre estou no carro com meus dois filhos, bagagem… preciso de um carro grande com porta-malas grande. Este foi um dos motivos que me fez desistir do Renegade. Eu tinha gostado muito do Jeep, mas o porta-malas muito pequeno me fez desistir. Para o futuro, penso nestes lançamentos, como o Renault Captur e o Hyundai Creta. Tem também o Honda HR-V. Eu fico de olho sempre e, se eu for sair da Renault, preciso de um carro que me atenda como o Duster. Há rumores de que a Renault vai trazer o Duster com sete lugares e, se isso se confirmar, para mim seria o ideal. Outro carro que sempre gostei muito e que sempre pensei foi o Fiat Freemont. Conversei com um amigo meu que comprou um destes e ele foi me mostrar, mas pela questão das minhas idas à chácara, não me atenderia. É um carro grande, pesado e com tração dianteira, não me serviria. Quando eu for trocar de carro, vou precisar continuar em um 4×4“, explicou Anselmo.
Ao contrário dele, Gustavo está bastante insatisfeito com o carro e com a marca e, na hora da troca, já tem sua posição tomada: “Sincera e honestamente estou pensando em sair fora da Renault. Preciso de um carro que me passe segurança e, principalmente, para os meus clientes. Se eu não estou achando isso na Duster, não tem motivo para eu continuar numa marca que não me deu apoio. Mesmo eles sabendo que se tratava de um táxi, que é de onde eu tiro o sustento para a minha família. A rede de concessionárias pouco se importou em resolver meus problemas”, reclamou o taxista.
No caso de Flavio, na hora da troca, ele quer partir para o novo. Não devido a não gostar do veículo, pelo contrário, mas por buscar coisas diferentes: “Sou meio inquieto e,
certamente, devo experimentar outro SUV de outra marca, mesmo sabendo que o
custo-benefício não se compara ao Duster. Talvez compre um Jeep Renegade, pois acho o design incrível. Se for partir para um sedã, com certeza pensaria seriamente
em adquirir um Renault Fluence, que é um excelente carro e com um custo-benefício, ao meu ver, espetacular”, disse entusiasmado.
7. Um recado para quem tem interesse em comprar um Duster
A opinião que realmente vale: a de quem tem o carro que você deseja! Somente com esta informação, saberemos realmente o que podemos esperar, quais defeitos eles já notaram em seus veículos e, principalmente, suas qualidades. Com estas variáveis, você conseguirá pesar se o veículo lhe atenderá como espera ou não.
Com isso, Anselmo deu sua opinião sobre a compra do Duster: “80% das pessoas que me perguntam sobre o carro é com preocupação em relação ao consumo de combustível. Participo de um grupo no Facebook sobre o carro e, certa vez, lancei um desafio lá para alguém me apontar um outro carro, da mesma categoria, que fosse mais econômico, mas não conseguiram. O carro é muito confortável e, além disso, tem um desempenho excelente. Eu já vinha de um carro 1.6 com o Sandero, mas quando andei neste aqui, a diferença foi enorme, parecia que o Sandero era 1.0. Por isso, é um carro com excelente desempenho, econômico e espaçoso. Para quem tem dúvida, não precisa se preocupar. Até o seguro para o porte dele é barato, fica em torno de R$ 3 mil. Há muito preconceito ainda contra os carros franceses e, para mim, não tem sentido. Acho que primeiro você precisa ter para depois opinar. Eu pesquiso muito antes de comprar e gosto de ouvir da boca do proprietário sobre, inclusive com relação aos defeitos, pois gosto de saber antes para poder me preparar, assim não serei surpreendido. Antes de comprar o Duster, ouvia quem falava que o consumo era fantástico e outros que era horrível, então decidi ter a minha opinião. Não me arrependo em nada”, disse Anselmo de maneira enfática.
Flavio também considera o Duster uma boa compra e ainda acrescentou: “Considero meu carro uma espécie de jipe com benefícios de um SUV: ‘meio bruto’, se muitos mimos e que não me deixa na mão, pois sempre aguenta ‘o tranco'”.
Carlos também opinou, explicando que, no mercado, o Duster é uma ótima opção: “No Duster, existem defeitos e qualidades, mas as qualidades superam muito os seus defeitos. Portanto, é um carro que eu recomendo, pois é prazeroso, gostoso de dirigir e que vai agradar com certeza quem decidir por comprá-lo. É bom conhecer suas versões e o que lhe atende, pois quem vai usar prioritariamente na cidade, a versão 1.6 é a ideal, mas quem usa mais na estrada, vai de 2.0. Já, quem quer fazer trilha, ainda tem a versão 4×4, a mais aventureiras de todas. Quem quer um carro para a família e com um custo-benefício extraordinário, tenho certeza que quem comprar não vai se arrepender”.
Embora tenha tido problemas com o seu carro, Gustavo, no entanto, não acredita que o Duster seja um carro ruim: “O meu caso, foi um caso isolado. Vejo muitos colegas se dando bem com o carro, mas infelizmente eu não tive a mesma sorte”, finalizou.
Dicas de reparo
As dicas a seguir são para os modelos dotados com motor 2.0 16V. Caso sua versão não possua este motor, recomendamos que siga rigorosamente o manual do proprietário para que seu veículo permaneça com a manutenção sempre em dia e de acordo com o que a Renault recomenda:
- O 2.0 16V (F4R) da Renault é um motor do tipo subquadrado, ou de curso longo. Isso significa que ele tende a apresentar melhor torque e potência em baixas rotações. Portanto, seja sábio na utilização. Esticar muito as marchas pode deixar o carro bastante ágil, mas isso o fará elevar muito o consumo;
- Fique atento às trocas de óleo. Para remover o protetor de cárter é uma tarefa ‘Homérica”. A parte que fica voltada para a frente do veículo é fixada com dois parafusos, um em cada lateral e um central que fixa o protetor junto ao para-choque e quebra-mato. Portanto, é preciso soltar todos estes parafusos e mais quatro que fixam o restante do protetor ao quadro de suspensão. Em caso de diversas remoções, estes parafusos são frágeis e tendem a espanar, dificultando e muito à sua remoção;
- O filtro de óleo fica em uma posição de difícil acesso, inclusive, visual. Abrindo o capô e olhando por cima, este fica na parte frontal do motor e logo abaixo do coletor de admissão e das tubulações de admissão de ar;
- As bobinas de ignição são individuais e tem acesso simples, no entanto, não recomenda-se sua remoção para serviços caseiros. O componente trabalha com altíssima tensão e, uma remoção equivocada poderá acarretar em choques com graves consequências;
- Embora tenha sua construção adaptada à utilização do veículo, o coxim inferior do câmbio é bastante semelhante aos utilizados na linha Sandero, Logan e Clio. Nestes veículos, é bastante comum ocorrer a sua quebra, portanto, é sempre bom pedir ao seu mecânico que confira se está tudo certo com o componente. Caso este se rompa, pode haver dificuldade de engate de marchas e bastante trepidação na região do câmbio;
- O sistema de respiro de óleo do câmbio é fixado próximo a tubulação de entrada de ar do motor. Cuidado para não confundi-lo com a vareta de medição do óleo do motor;
- Dentro do cofre do motor, há uma caixa de fusíveis, bem como a central de injeção eletrônica. Cuidado ao trafegar em regiões alagadas ou, em trajetos off-road como passagens em rios. Embora protegidos, estes componentes quando molhados podem apresentar danos irreversíveis e de alto custo para reparo. Também não recomenda-se que o motor seja lavado;
- A bateria original é de 12V e 50Ah. Fabricada pela Heliar, carrega o nome RENAULT – NISSAN nos veículos que saem de fábrica.
Fotos: Fernando Naccari