Teste: tudo sobre o 100% elétrico JAC iEV40
setembro 25, 2020Avaliamos o JAC iEV40 derivado do T40 durante uma semana e contamos todos os seus detalhes no uso diário
No último trimestre do ano passado a JAC Motors surpreendeu ao apresentar sua ofensiva na direção da eletrificação de sua frota. Foi neste evento (que participamos e tivemos a oportunidade de testar o iEV20) também que a marca se credenciou como a fabricante do carro elétrico mais barato do Brasil.
A etiqueta dada ao JAC iEV20 era de R$ 119.990, um número já considerado altíssimo para o que o carro proporcionava além do powertrain que não polui, mas dele para o iEV40 as diferenças estavam além do preço (R$ 153.990 no SUV): tinha menos potência e (115 cv de potência e 27,6 kgfm de torque contra de 68 cv e 21,9 kgfm de torque do compacto), perdia no espaço interno, mas ganhava em autonomia – 350 km do iEV20 contra 300 km do iEV40.
De lá para cá, muita coisa mudou: o dólar subiu, veio a pandemia, as importações foram afetadas e os preços foram nas alturas. O iEV20 agora custa R$ 139.900 e o iEV40 já custa R$ 189.900.
JAC iEV40
Dessa vez, avaliamos o SUV iEV40 e, se naquela época os preços já assustavam, agora então parecem irreais. Mas, mesmo com este percalços, vale a pena a compra?
O iEV40 é baseado no SUV à combustão T40, vendido no Brasil desde 2017. A proximidade do iEV40 com sua versão térmica é benéfica em alguns pontos, mas joga contra em outras. As vantagens ficam no custo de manutenção: por compartilhar peças do exterior como faróis, para-choques, retrovisores, rodas, portas, vidros e afins; e do interior como volante, painel, central multimídia e bancos, é mais barato reparar o elétrico do que outros modelos da mesma faixa de preço, por exemplo.
No entanto, essa simplicidade joga contra quando ainda pensamos no preço. O acabamento é simples e faltam itens de série cabíveis, como uma central multimídia com conectividade nativa com Android Auto e Apple CarPlay, um painel de instrumentos mais completo e com layout condizente, assim como uma melhor resolução das câmeras que compõem o sistema 360º.
Powertrain do JAC iEV40
Por ser 100% elétrico, o JAC iEV40 depende apenas de um conjunto eletrificado para mover o veículo e, neste quesito, ele o faz com maestria. Seu motor rende 115 cv de potência e 27,5 kgfm de torque que, como em todo elétrico, está disponível desde o primeiro toque no acelerador.
Isso faz com que o carro seja bastante ágil na cidade e faça ultrapassagens sem sufoco e vença subidas íngremes sem pedir arrego. Ah, outra vantagem que os puristas torcem o nariz é para a completa ausência de ruído vinda do propulsor. Isso traz um conforto acústico significativo e faz da vida à bordo algo bem agradável.
Vantagens de ter um elétrico
O carro elétrico traz vantagens significativas para o proprietário e, uma delas, está no custo de manutenção. Por ter menos peças de desgaste (não troca óleo, filtros, embreagem, velas e afins), o custo das revisões somadas dos 10.000 aos 60.000 km é fixo: apenas R$ 650,00.
Além disso, o iEV40 com 100% de carga roda até 300 km. Basta fazer as contas de o quanto você roda por semana e considerar que, cada carga completa traz um aumento na conta de luz equivalente a R$ 22. Ou seja, é como se você tivesse um carro à gasolina que fizesse 70 km/l.
O SUV pode ser recarregado em tomadas residenciais de 220V e 20A. Nestas condições, leva 14 horas para abastecer e, em tomada 110V, o tempo será dobrado. Em nossos testes, precisamos recarregar um pouco da bateria para cumprir o trajeto de devolução do veículo na concessionária: em tomada 110V, recarregou 30% em 12 horas.
Itens de série do JAC iEV40
O JAC iEV40 vem de série com Bancos dianteiros com aquecimento, volante com regulagem de altura, rack de teto, banco traseiro bi-partido 40/60, ar condicionado automático, apoio de braço dianteiro, câmera panorâmica 360º com visão 3D, pedal do acelerador inteligente que recarrrega a bateria ao desacelerar, mirror Link (espelhamento de Android e iOS via aplicativo da JAC), sistema Keyless, bluetooth, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro com botão dedicado, luz auxiliar de conversão, desembaçador do espelho retrovisor, direção elétrica, faróis e lanternas de neblina, faróis com regulagem elétrica de altura, faróis com acendimento automático, vidros one-touch nas quatro portas, vidros elétricos com sistema antiesmagamento nas quatro portas, piloto automático, painel com moldura em couro, EPB – Freio de estacionamento eletromecânico, freio regenerativo, airbag duplo dianteiro, auto hold (imobiliza o veículo ao pisar no freio por 2 segundos, HSA – Hill System Assist, TPMS – Sistema de monitoramento de pressão e temperatura dos pneus, BOS – Brake Override System, ESP – Electronic Stabillity Program, ABS Bosh de 9th geração, EBD – Electronic Brake Force Distribution, DLR – Luzes diurnas em LED, Alerta Sonoro para Pedestres – VSP, Aviso de cinto não acoplado – motorista e passageiro, corte automático de alta tensão pós-colisão, desbloqueio automático das portas pós- colisão, espelho retrovisor interno antiofuscante, kit de ferramentas para reparo do pneu, ISOFIX e retrovisores laterais com piscas.
O que poderia melhorar
A central multimídia deixa a desejar, assim como o acabamento simplista do painel de instrumentos. Apesar de ter uma série de itens de série, também conta com apenas dois airbags, ponto contra a segurança dos demais ocupantes e também bem menos do que os veículos da mesma faixa de preço que oferecem os laterais e de cortina, adicionais.
Outro ponto que pesa contra os elétricos, por enquanto, é que é preciso andar com eles por um trajeto pensado e pré-determinado, considerando o consumo de bateria e autonomia restante. Ainda há poucos pontos de recarga para elétricos mesmo em grandes cidades como a capital paulista. Sair do planejado pode fazer com que você fique à pé.