Teste: Tudo o que você precisa saber antes de comprar o Fiat Mobi Way – com vídeo
agosto 23, 2018A Fiat é uma das fabricantes mais bem sucedidas do mercado brasileiro quando o assunto é a produção e venda de veículos compactos. Foi assim quando do lançamento do Fiat 147 na segunda metade da década de 70, carro revolucionário em vários aspectos, como primeiro nacional com motor longitudinal e, posteriormente, novamente revolucionário como primeiro veículo movido à álcool.
Já na década de 80, o sucesso do Volkswagen Gol fez com que a Fiat precisasse criar um competidor à altura, e novamente revolucionou com a chegada de Uno, que vendeu como água até quando da sua aposentadoria já em 2013, em sua série de despedida “Grazie Mille“, época em que abandonou o projeto dos anos 80 e se dedicou à nova plataforma, que permanece até os dias atuais.
Foi exatamente aí, quando o Uno ficou mais moderno, que os preços praticados no Mille ficaram insustentáveis e o até então “carro mais barato do Brasil” ao lado do Renault Clio e queridinho das frotas, deixava de ser uma opção econômica. A marca de Betim então precisou pensar em um projeto mais barato e mais compacto, e em 2016 apresentou o Mobi para o mercado nacional.
Com visual que não é uma unanimidade quando o assunto é beleza e com mecânica ainda considerada antiga, não repetiu o sucesso do Uno “quadradinho”, principalmente por não trazer consigo as virtudes de agilidade e economia do modelo aposentado, mas evoluiu no aspecto de segurança e passou a ser um “mini Novo Uno“.
Sucesso ou não, a verdade é que o Mobi disputa mês a mês o cargo de carro mais barato do Brasil com o Renault Kwid, projeto também voltado à economia (em todos os aspectos, se é que me entende), e devido à viabilidade econômica, são os mais procurados quando o assunto é o abastecimento de frotas de empresas.
Fiat Mobi Way
A Fiat, ligada às suas tradições, trouxe para o Mobi à versão aventureira Way, nascida com o Mille e derivada da Adventure apresentada ao público pela primeira em 1999, na station Palio Weekend.
Basicamente, se colocarmos um Mobi Like (modelo de entrada) ao lado de um Mobi Way, algumas mudanças estéticas destacam a versão, como adesivo na tampa traseira com a inscrição “Way“, rack de teto, moldura dos para-lamas e lateral inferior do veículo em plástico preto e peça em forma de quebra-mato no para-choque dianteiro. Além disso, a suspensão também muda um pouquinho: no Way, é elevada em 1,5 cm e traz novas molas, amortecedores e barra estabilizadora dianteira exclusivos.
Suspensão
Com esta nova configuração, o Mobi Way roda macio na cidade, com uma maciez até que elogiável quando o asfalto colabora, mas ao primeiro contato com terreno de pavimento irregular, nota-se que o conjunto responde com mais rigidez do que o esperado, não filtrando tão bem as irregularidades da via.
Mas, ao permanecer rodando com ele por certo tempo, essa característica somada ao conjunto de direção com assistência hidráulica, fazem com que o Mobi seja “um carro como antigamente”, mas no lado positivo da coisa, pois você sente que está no comando do conjunto o tempo todo. É um veículo que podemos chamar de honesto e condizente com a sua proposta. Outro fato que remete ao passado é o sistema de freios, com disco sólido na dianteira e tambor traseiro, mas que também cumprem muito bem a sua função.
Equipamentos e acessórios
É exatamente esta versão que testamos, mas com o pacote de “On”. Mas o carrinho ainda era mais equipado, e trazia como opcional instalado o Kit Connect por mais R$ 2.320, que inclui Rádio Connect (Bluetooth; Audio streaming Entrada USB e Aux.), volante multifuncional com comandos de mídia/telefone, (2 alto-falantes dianteiros, 2 alto-falantes traseiros e Antena), Limpador, lavador e desembaçador do vidro traseiro. Na linha de acessórios, o modelo testado veio com farol de neblina (R$ 983), tapetes de borracha (R$140), antena de teto exclusiva (R$55) porta-óculos (R$53), rodas de liga leve aro 14” (R$ 3.971), cargo box (R$ 796) e cor Branco Banchisa (R$260).
Se você somar todos estes números, o Mobi que testamos chegaria a salgados R$ 49.008, mas por algum motivo, no “Monte o seu” do site da Fiat, a somatória fica limitada a R$ 43.270, numa condição de desconto (ou de erro do site mesmo).
Mecânica conhecida
Se uns consideram que o motor 1.0 Evo Fire Flex de 73/75 cv (G/E) a 6.250 rpm e torque máximo de 9,5 (G) / 9,9 (E) a 3.850 rpm é ultrapassado por vir desde a época do Mille em 2002 (mas recalibrado para beber menos combustível) talvez esse seja o seu principal trunfo, pois tem gama de peças no mercado bastante farta, fato que faz com que o proprietário opte por seguir as revisões nas concessionárias ou em uma mecânica independente, sem grandes preocupações.
Além disso, o escalonamento do câmbio mais curto nas duas primeiras marchas deixa o Mobi ágil no uso urbano, mas em subidas íngremes ainda falta um pouco de fôlego e é preciso fazer reduções para vencer os desafios. O mesmo acontece em ultrapassagens. Em rodovias, o baixo peso (966 kg) não reflete em uma condução insegura de direção, mas o câmbio curto faz com que o ruído interno seja alto, já que o motor trabalha em altas rotações em velocidades de 120 km/h, por exemplo.
Interior e porta-malas
Por dentro, o Mobi tem visual que agrada e distancia o modelo da Fiat do seu concorrente da Renault, o Kwid. Na verdade, a impressão que dá é que o Mobi é de uma categoria superior. A predominância de plásticos é bastante justificável, por ser um carro “de entrada”, mas não há rebarbas e nem falhas de montagem aparentes. No entanto, alguns ruídos internos foram notados no modelo que testamos, como “grilos” no suporte do cinto de segurança do passageiro dianteiro, mas parecia ser algo de solução simples.
Destaque mais do que positivo para o painel de instrumentos que, embora compacto, tem um eficiente computador de bordo que replica as informações de consumo médio, instantâneo, e de autonomia, por exemplo. Já o rádio era pequeno e os acessos via botão faziam com que fosse necessário desviar o olhar do campo de visão do motorista para acessar a função desejada. Além disso, os mesmos botões nem sempre respondiam com a agilidade que era esperada. O ar-condicionado mostrou bastante eficiente em todo o trajeto e com comandos simples.
A ergonomia ao volante é boa, com ajustes de distância e altura do assento, assim como altura do volante. Assim, não é difícil encontrar uma posição confortável ao volante e os bancos oferecem bom apoio para as costas e pernas. O encosto de cabeça inteiriço ao banco também não atrapalha.
No entanto, que segue no banco traseiro sofre um pouco mais. Embora o acesso à cabine seja facilitado pelo amplo grau de abertura das portas (80º), com o banco ajustado de maneira adequada ao motorista, quem segue atrás invariavelmente irá ficar com as pernas forçando quando os bancos dianteiros. Mas vale lembrar que o Mobi não é um carro para família, mas ideal para solteiros ou casados com no máximo uma criança de colo. Ah, nesta última situação, é preciso certa manobra para usar o porta-malas com inteligência, já que o volume é bastante restrito: são 215 litros, insuficientes para levar um carrinho de bebê, por exemplo.
Itens de Série
A Fiat lista que o Mobi Way On sai de fábrica com os seguintes itens de série:
- Apoios de cabeça traseiros (2) rebaixados e com regulagem de altura;
- Ar-condicionado;
- Banco traseiro rebatível com 2 posições para o encosto;
- Barra de proteção nas portas
- Barras longitudinais no teto e moldura nas caixas de roda;
- Bolsa porta-objetos e porta garrafa nas portas dianteiras;
- Brake light;
- Chave desmodrômica com Fiat code 2ª geração;
- Check quadro de instrumentos (Welcome Moving);
- Cintos de segurança dianteiros retráteis de 3 pontos com regulagem de altura;
- Cintos de segurança laterais traseiros retráteis de 3 pontos e central fixo de 2 pontos;
- Comando interno de abertura do porta-malas e da tampa do tanque de combustível;
- Computador de Bordo (distância, consumo médio,consumo instantâneo, autonomia);
- Console central com porta-objetos e porta-copos (2 dianteiros e 1 traseiro);
- Direção hidráulica;
- Drive by Wire (Controle eletrônico da aceleração);
- ESS (Sinalização de frenagem de emergência);
- Espelho no para-sol lados motorista e passageiro;
- Faróis com mascara negra;
- Follow me home;
- Grade dianteira texturizada;
- HSD (High Safety Drive) – Airbag duplo (motorista e passageiro) e ABS com EBD;
- Lane Change (Função auxiliar para acionamento das setas indicando trocas de faixa);
- Luz de leitura dianteira com interruptor na porta lado motorista e passageiro;
- Motor Fire 1.0 EVO 8V Flex;
- Painel (moldura) e maçanetas na cor preta;
- Para choques na cor do veículo;
- Parachoques exclusivos WAY;
- Porta-malas com tapete e acabamento em carpete nas laterais;
- Quadro de instrumentos com grafia exclusiva WAY, conta giros, Iluminação a LED e display digital de 3,5 polegadas (indicador de trocas de marchas, odômetro parcial e total, relógio digital, indicação do nível de combustível e temperatura do motor);
- Retrovisores externos com comando interno mecânico;
- Retrovisores externos na cor do veículo;
- Revestimento externo nas colunas B e C das portas;
- Revestimento interno das soleiras nas portas dianteiras;
- Revestimento interno em todas as colunas;
- Rodas de aço estampado 5.5 x 14? com calotas integrais exclusivas WAY + Pneus “verde” com baixa resistência a rolagem 175/65 R14
Suspensão elevada; - Tampa traseira do porta malas em vidro estrutural de alta resistência na cor preta
Tomada 12V; - Vidros elétricos dianteiros (one touch e anti esmagamento) e travas elétricas nas 4 portas;
- Volante com regulagem de altura;
- Válvula antirrefluxo de combustível.
Vale a compra?
O Fiat Mobi mostra-se ideal para quem quer ter o seu primeiro carro 0km. No uso urbano é honesto e não decepciona com farta lista itens de série e opcionais. Na versão Way, o ar de carro mais requintado está presente e, se você não precisa de porta-malas grande ou levar mais gente no banco traseiro com frequência, é uma opção que merece ser considerada.
Ficha técnica:
Fiat Mobi Way On 1.0
Preço básico: R$ 40.690
Carro avaliado: R$ 43.270
Motor: 4 cilindros em linha 1.0, 8V
Cilindrada: 999 cm³
Combustível: flex
Potência: 73 cv a 6.250 rpm (gasolina) e 75 cv a 6.250 rpm (etanol)
Torque: 9,5 kgfm a 3.850 rpm (gasolina) e 9,9 kgfm a 3.850 rpm (etanol)
Câmbio: manual, cinco marchas
Direção: hidráulica
Suspensões: Dianteira com McPherson e eixo de torção na traseira
Freios: disco sólido dianteiro e tambor traseiro
Tração: dianteira
Dimensões: 3,596 m (comprimento), 1,685 m (largura), 1,550 m (altura)
Entre-eixos: 2,305 m
Pneus: 175/65 R14
Porta-malas: 215 litros
Tanque: 47 litros
Peso: 966 kg
0-100 km/h: 14s6 (g) e 13s8 (e)
Velocidade máxima: 151 km/h (g) e 152 km/h (e)
Consumo cidade: 8,8 km/l (etanol); não aferido na gasolina
Consumo estrada: 9,4 km/l (etanol); não aferido na gasolina