Teste: Hyundai HB20 1.0 AT Diamond Plus – vale a compra?

Teste: Hyundai HB20 1.0 AT Diamond Plus – vale a compra?

janeiro 20, 2020 Off Por Fernando Naccari

Modelo evoluiu em dirigibilidade, tecnologia e powertrain, mas o visual controverso ainda é um ponto que merece atenção

Fotos: Edgar Klein

Ele reinou próximo ao líder absoluto, o Chevrolet Onix, como um dos hatches mais queridos do País durante anos, mas pouco antes de mudar de geração o HB20 perdeu o posto de segundo colocado no ranking de vendas para o Ford Ka. O último mês atrás do Onix foi em julho de 2019, quando o HB20 vendeu 9.205 unidades contra 9.076 do popular da Ford.

A esperança da Hyundai era ter voltar ao seu lugar de conforto com a chegada da nova geração, em setembro/19, mas isso não aconteceu. No acumulado do ano o GM Onix emplacou 241.214 unidades, o Ford Ka 104.331 e o Hyundai HB20 101.590.

Mas como explicar que o HB20 esteja perdendo o jogo mesmo sendo mais tecnológico e eficiente com o Ford Ka e, até o momento, não ter apresentado defeitos crônicos e que geraram recall, como no caso do hatch da Chevrolet? A resposta é mais simples do que parece: o público achou que o carro involuiu no design (para não dizer que ficou feio).

É o que conta o corretor de imóveis Julio Macedo, de Cariacica-ES. “Quando abriu a pré-venda do HB20 novo eu garanti o meu, pois queria trocar o meu antigo pela nova geração. Mas quando o modelo definitivo chegou, desanimei e desisti da compra. Parti para o Onix”, explica.

Muitos outros casos podem ser lidos nos grupos de Facebook dedicados ao modelo. A segunda maior reclamação dos interessados é o aumento dos preços em relação à antiga geração.

Mas nas linhas a seguir posso te mostrar que quase tudo se justifica. Quase tudo.

Mais espaçoso e tecnológico

Embora o Novo HB20 não venha em uma nova plataforma, ele teve mudanças importantes, como entre-eixos estendido em 30 mm (agora 2.530 mm), 20 mm mais comprido (agora com 3.940 mm) e 40 mm mais largo (passando para 1.720 mm). Só a altura permanece: 1.470 mm. Vale ressaltar também que a estrutura conta agora com mais aços de alta resistência, cerca de 30% do total, contra 19% no modelo anterior.

Outra novidade é que o modelo agora conta com controles de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, frenagem autônoma de emergência, alerta de mudança de faixa, ISOFIX, entre outros. Claro, isso tudo na versão Diamond Plus, a topo de linha que avaliamos.

O Novo HB20 1.0 AT Diamond Plus tem ainda a partida por botão, chave presencial, volante multifuncional, controlador de cruzeiro, alerta de perda de pressão nos pneus, retrovisores com regulagem e rebatimento elétrico, sistema start-stop, banco do motorista com regulagem de altura e profundidade, airbags laterais de tórax, revestimento interno em couro ecológico e câmera de ré.

O Painel de instrumentos é completamente novo e mistura conceitos analógicos com os digitais a um bom nível. O interior também fica mais requintado com a tonalidade marrom (mas a faixa azul na porção central e nos bancos não ornam tanto) dos revestimentos internos e com a tela flutuante da central multimídia de 8 polegadas, compatível com Android Auto e Apple CarPlay.

Já o ar-condicionado caiu um degrau na tecnologia. Se na versão anterior o mostrador digital indicava a temperatura selecionada, agora ele apenas mostra a velocidade do ar e o posicionamento das saídas.

Motor e Câmbio

É o melhor trunfo do modelo. O novo motor 1.0 3-cilindros Turbo Flex possui injeção direta de combustível e gera ótimos 120 cv de potência a 6.000 rpm e 17,5 kgfm a 1.500 rpm, isso com etanol ou gasolina no tanque.

Para comandar o novo conjunto, a Hyundai instalou uma nova caixa automática de seis marchas e que trabalham em sintonia praticamente perfeita. É o maior e melhor trunfo do modelo. Com este conjunto, associado ao sistema start-stop, o consumo urbano foi de 10,3 km/l de gasolina (100% do tempo com ar-condicionado ligado e em trânsito pesado). Já em medição rodoviária o valor subiu para 14,3 km/l com o mesmo combustível.

Suspensão

O conjunto de suspensão filtra muito bem as irregularidades da via e permitem ao modelo rodar confortavelmente em ciclo urbano ou rodoviário, mostrando apenas mais rígido do que o esperado em locais com pavimentação precária. Muito parecido com um conjunto Honda.

Outro destaque é que, na nova versão, o HB20 adota direção eletroassistida em detrimento da hidráulica.

O que precisa melhorar?

Ele melhorou demais, ficou mais esperto, gostoso de dirigir e bem equipado, mas a suspensão poderia ser um pouco mais macia, o isolamento acústico poderia ser melhor e a central multimídia possuir comandos somente por touchscreen, não por botões também posicionados abaixo da tela, pois isso acaba confundindo.

Ah, ele não é tão feio quanto parecia nas primeiras imagens. De perto tem até um certo charme. Agora o preço… esse é difícil de justificar: R$ 77.990, mesmo com toda a evolução tecnológica, ainda parece muito para um carro compacto.

Galeria