Teste: Fiat Mobi Drive era a melhor versão do compacto
agosto 21, 2020Modelo foi descontinuado em abril deste ano, mas é melhor opção no mercado de usados até do que as versões 0 km ainda disponíveis
Fotos: Fernando Naccari – FCA / Divulgação
A Fiat é especialistas quando o assunto é carro compacto para o uso diário. A marca sabe exatamente o que é necessário para agradar, ofertando ao comprados exatamente aquilo que ele precisa, sem rodeios.
Os elogios seriam maiores se não fosse por um porém: a melhor e mais cara versão do Mobi, a Drive (a que avaliamos nessa matéria) deixou de ser vendida pela Fiat em abril deste ano. Com isso, resta apenas o 4-cilindros Evo Fire que não oferece as mesmas qualidades do tricilíndrico.
Visualmente falando, o Mobi Drive não se diferencia das demais, exceto pela inscrição “Drive” presente na tamba traseira e pelas rodas de liga-leve de 14 polegadas. No modelo avaliado, como acessório, foi instalado o farol de neblina.
Mas, mesmo sendo a melhor versão do compacto, o Mobi ainda tem “falhas” incuráveis, como o mini porta-malas e o espaço reduzido para as pernas dos passageiros que seguem nos bancos traseiros. Sei que essa não é a proposta do carro, na verdade, ele foi feito para solteiros ou casais que usem o carro para ir voltar do trabalho.
Sabendo disso, o Mobi dá show e, na versão Drive, sobrava.
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Motor e Câmbio
Talvez por sobrar, o Mobi Drive tenha deixado o mercado. O motor 1.0 Firefly de três cilindros rende 77 cv e 10,9 kgfm com etanol rendia exatamente 2 cv e 1 kgfm a mais que o atual 1.0 quatro-cilindros Evo Fire, mas os números não condizem com a diferença na condução.
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Com o três cilindros, o Mobi é mais esperto, mais rápido e bebe pouquíssimo. Com etanol no tanque, ar ligado e trajeto 100% urbano, anotou 9,6 km/l. Na estrada o número subiu para 14 km/l com o mesmo combustível. Já, com gasolina, os números foram surpreendentemente melhores: 17 km/l na cidade e 21 na estrada.
Além do desempenho e da economia, o motor três-cilindros trazia duas tecnologias que o Evo Fire nem pensa em ter: sistema de partida a frio que dispensa o uso de tanquinho auxiliar e direção elétrica com ajuste de intensidade na função “City”.
Suspensão e direção
A direção elétrica tem o “peso” certo para o uso urbano, sendo leve o suficiente para o dia-a-dia e pode ficar ainda mais quando a função City é ativada – e permite que você vire o volante de um lado para o outro com apenas um dedo.
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A direção leve casa perfeitamente com o ajuste da suspensão, que tende a maciez. Mesmo com sistema de suspensão dependente na traseira, o curso é bom e trafegar em vias esburacadas não é tão desagradável. A sensação, na verdade, é parecida com a de andar no Uno “quadrado”, mas com muito mais conforto.
Itens de série
O Mobi Drive era a versão de topo do modelo no mercado, mas não é um carro completão. Sua lista de itens de série traz ar condicionado, vidros elétricos nas portas dianteiras, direção eletroassistida com função City, travas elétricas, tomada 12V, retrovisores elétricos e coluna de direção com ajuste de altura.
O modelo que avaliamos era equipado com o pacote Connect que acrescenta volante multifuncional, tela TFT para o computador de bordo, e som Uconnect com Bluetooth e entradas auxiliar e USB. Como acessório, o modelo tinha ainda sensor de estacionamento com câmera de ré e faróis de neblina. Ou seja, nada surpreendente, mas tem tudo o que você realmente precisa para o dia-a-dia.
Veredicto
Se você vai usar o Mobi puramente na cidade, dificilmente sentirá falta de algo, a não ser de uma central multimídia, claro. O Mobi Drive no mercado de usados custa até mais do que a atual versão de entrada de quatro-cilindros e, se você estiver pensando em comprar um, vai na minha, pega um Drive usado bem revisado e seja feliz. Não tem erro.
Ah, se você for solteirx ou no máximo casadx sem filhos, também dá para encarar, mas mais do que isso é quase impossível a convivência.