Teste: Honda Fit EXL 2020 – a resposta para todas as perguntas

Modelo conta com boa mecânica, desempenho e conforto a bordo e de rodagem, mas tem espaço para melhoria?

Sempre me perguntam qual o melhor carro para usar todo dia. Eu sempre respondo: Honda Fit! Qual melhor carro para a família? Fit! Qual carro mais confortável? Fit!

E eu explico: embora seja bastante espaçoso por dentro, por fora o Fit é compacto e facilita sua dirigibilidade em locais apertados e também para fazer as temidas balizas. Por ser espaçoso, é um carro mais do que adequado para famílias e leva até cinco passageiros com conforto. Caso não precise dos cinco lugares livres, basta baixá-los a aproveitar todo o espaço disponível do Magic Seat. Ah, e mesmo tendo suspensão mais durinha, é uma delícia de dirigir na cidade e na estrada. É ou não é a resposta para quase tudo? Mas ele não é perfeito…

Visual

O Honda Fit recebeu um tapa no visual na linha 2018 e recebeu um “upgrade” em sua lista de itens de segurança ativa, com destaque para os controles de tração e estabilidade. Outras novidades são o farol fullLED, o pára-choque traseiro maior, evitando os clássicos amassados na tampa do porta-malas e essa cor, o Vermelho Vênus Metálico.

Powertrain e segurança ativa

Mecanicamente nada muda em relação às versões anteriores: continua o motor 1.5 L de até 116 cv e 15,3 kgfm, com câmbio CVT de série. Com este conjunto, o Fit tem desempenho mais do que satisfatório no uso urbano ou rodoviário, graças também ao eficiente câmbio de mudanças contínuas.

O que mais agrada não é o desempenho do Fit, afinal 116 cv não tira o fôlego de ninguém, mas sim o quanto esta configuração mostra-se bem casada com o carro. É o típico caso em que tudo funciona como uma orquestra e o carro anda o tanto que você precisa, da forma como precisa e sem hesitações.

Mas, para quem não abre mão de comandar às ações no volante, a versão de topo EXL conta com aletas atrás do volante para trocas de marchas manuais. Com elas, o CVT passa a simular sete marchas, mas só inspiram mais esportividade caso sejam utilizadas no modo Sport (S). Caso opte por reduzir ou subir marchas por elas quando o câmbio está em “D”, logo o conjunto retoma ao comando das ações e você ficará numa briga desnecessária de quem manda mais.

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O Fit EXL conta também com os necessários controles de tração e estabilidade, que são essenciais para o uso em pista escorregadia, por exemplo. É o típico item que você acha que não faz falta até precisar que ele atue. Vale lembrar que os novos controles trabalham também com o assistente de partida em rampa.

Com este conjunto, o Fit apresentou média consumo razoável: 9 km/l com gasolina no tanque, ar-condicionado ligado, e em trajeto 100% urbano. Na estrada a média subiu para 11 km/l.

Com etanol, infelizmente (ou felizmente, já que a autonomia foi mais do que suficiente para os cerca de 400 km em que testamos o modelo), não conseguimos aferir o consumo, mas segundo o Inmetro, as médias de consumo ficam em 8,3 km/l na cidade e 9,9 km/l na estrada.

Conforto de rodagem

A suspensão do Fit também permanece inalterada, com conjunto McPherson dianteiro e eixo de torção traseiro. O conjunto tem calibração mais dura do que o habitual e, no uso urbano, esta configuração faz com que os ocupantes sintam o reflexo das imperfeições da pista. Já, no uso rodoviário, a firmeza mostra-se essencial para uma condução mais segura e a carroceria quase não apresenta rolagem em curvas de alta velocidade.

Interior agradável

Por dentro, a versão EXL é irretocável, seja pelo desenho ou pelos materiais utilizados. Mesmo com a presença de plásticos no painel de instrumentos e painéis de portas, são materiais de boa qualidade e que não aparentam arranhar com facilidade. Destaque também para a quantidade de porta-copos em seu interior.

Nesta versão de topo o Fit sai de fábrica com bancos em couro, seis airbags (frontais, laterais dianteiros e do tipo cortina), ar-condicionado com sensível ao toque, retrovisores externos elétricos e rebatíveis através de botão além de nova central multimídia sensível ao toque de sete polegadas e traz navegação por GPS com indicação de numeração da rua e acessibilidade via Android Auto e Apple CarPlay. Apesar de eficiente, o visual do conjunto é bastante simples e destoa do conjunto de padrão mais elevado. Apesar de vir com câmera de ré, não há sensores sonoros para indicar proximidade, assim como o modelo não traz sensor crepuscular e nem mesmo de chuva.

Ergonomia

Enquanto o motorista encontra com facilidade a posição para dirigir, graças aos ajustes de altura e profundidade do assento e do volante, o passageiro contenta-se com somente regulagem em distância. Mas tudo isso é meio que esquecido quando você precisa rebater os bancos traseiros para ampliar o espaço do bom porta-malas de 363 litros. A versatilidade do conjunto faz com que por dentro tudo fique à mesma altura do porta-malas e isso facilita muito na hora de carregar objetos grandes.

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Por falar em versátil, apesar de não ser um carro com grandes dimensões, todos os passageiros viajam com extremo conforto dentro do Fit, com destaque para o excelente espaço para as pernas para quem segue no banco traseiro.

Compraria?

Este é típico caso em que as virtudes compensam todo o resto e sim, principalmente nesta versão de topo, o Fit é um carro que eu compraria. Apesar do preço salgado (a partir de R$ 86.500), é um carro que serve tanto para casais com filhos pequenos, já que o conjunto propicia modulações para carregar de tudo, desde pranchas de surf até carrinhos de bebê (até de gêmeos), até para quem tem família grande, pois o espaço interno é elogiável.

É gostoso de dirigir, preciso, e mesmo sem esbanjar itens de série como outros modelos nesta faixa de preço, é típico carro em que será difícil você se enjoar. É a chamada ‘escolha racional’.

Ficha técnica

• Motor: dianteiro, transversal, 4 cil. em linha, 16V, comando simples, injeção eletrônica, flex
• Potência: 116/115 cv a 6.000 rpm
• Torque: 15,3/15,2 kgfm a 4.800 rpm
• Câmbio: Automático do tipo CVT, 7 marchas virtuais, tração dianteira
• Direção: Elétrica
• Suspensão: Indep. McPherson (diant.) e eixo de torção (tras.)
• Freios: Discos ventilados (diant.) e tambores (tras.)
• Pneus: 185/55 R16
• Dimensões:
• Compr.: 4,09 m
• Largura: 1,69 m
• Altura: 1,53 m
• Entre-eixos: 2,53 m
• Tanque: 45 litros
• Porta-malas: 363 litros (fabricante)
• Volume máximo do porta-malas com bancos traseiros rebatidos no sistema ULTRa Seat: 1.045 litros
• Peso: 1.104 kg
• Garantia: 3 anos

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