Projeto placa preta: 8 opções para iniciar sua coleção com até R$ 10 mil
agosto 10, 2018Todo apaixonado por carro tem um clássico que de alguma forma mexe com seu coração. Os motivos para isso são dos mais variados, vindo desde modelos que conviveram na infância até a outros que viviam em seu imaginário como sonho impossível.
Uma coisa é certa: os antigos esbanjam personalidade e dão exclusividade aos seus donos. Outra coisa bacana que os antigos proporcionam são novas amizades, já que a troca de experiências entre os antigomobilistas fazem com que grandes famílias se formem ao redor de carros exclusivos.
Se você já sonhou em ter um carro com placa preta, mas achava impossível por ser um hobby caro demais, listamos algumas opções para você iniciar a sua garagem de antigos investindo relativamente pouco:
Fiat 147
O 147 foi o primeiro carro produzido pela FIAT do Brasil e foi o responsável por inaugurar sua fábrica em Betim (MG), em 1976. O 147 também tornou-se um marco no mercado automobilístico nacional, com ótimo aproveitamento do espaço interno e economia de combustível incomparáveis para a época (importantíssima em tempos de crise do petróleo).
Marcou época também por ser o primeiro carro brasileiro com motor transversal dianteiro, primeiro com coluna de direção articulada e também o primeiro carro a álcool fabricado em série em todo o mundo (a partir de 1979).
O modelo que selecionamos aqui é um Fiat 147 CL 1986, o último ano de fabricação do modelo no Brasil. Com dimensões reduzidas (comprimento de 3.745 mm, entre-eixos de 2.225 mm, largura 1.545 mm e altura de 1.359 mm), tinha também baixo peso (810 kg) e um pequeno motor 1.050 de 52 cv, que levava o carrinho à 140 km/h e consumo que poderia chegar a 18 km/l em rodovias.
Na versão do anúncio (que você poderá ver aqui), o 147 parece preservar muito de sua originalidade, com destaque para o interior com painel sem fissuras (painel de instrumentos, relógios do marcador temperatura e combustível todos novos) e bancos com o acabamento de fábrica protegidos por uma capa. A manutenção também está em dia, com correia dentada, velas, cabos de vela, bomba d’água, bóia do tanque combustível e interruptor de ventoinha novos. Também não há pendências de documentação e a pedida é justa, dada o nível de originalidade e restauração do modelo: R$ 9.500.
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Chevrolet Caravan
A General Motors apresentou em 1974 a perua derivada do seu sedã Opala, modelo nacional concebido à partir do Opel Rekord C, fabricado de 1967 a 1971 com versões de duas portas, quatro portas, station wagon (chamada Caravan) e também uma rara versão conversível no mercado europeu.
Por aqui, a station tinha dois motores, o 4 cilindros 2.5 L de 88 cv gasolina e 96 cv álcool, e o 6 cilindros 4.1 L 128cv na gasolina e 141 cv no álcool.
O modelo do anúncio é uma Caravan 1978 (confira o anúncio aqui) com motor de quatro cilindros e destaca-se por ser monocromática, ou seja, o tom claro da carroceria é repetido no interior. Destaque para os vidros que ainda tem os selos de originalidade. O anunciante ainda garante que tanto motor, quanto carroceria e suspensão encontram-se em bom estado. Apesar de custar o nosso teto orçamentário, é um modelo que não poderia ficar de fora da nossa lista.
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Chevrolet Monza Hatch
Lançado em Abril de 1982 inicialmente na versão Hatchback 3 portas (fabricada até 1988), também era derivado de um modelo da Opel, no caso o Ascona. Com motor quatro cilindros 1.6, tinha cerca de 76 cv de potência, mais do que suficientes para o uso urbano e também rodoviário. Talvez a própria Chevrolet não acreditasse no sucesso que o modelo faria, já que o Monza tornou-se um carro “tão grande” que chegou a vender mais do que o VW Fusca na década de 80 e, até os dias de hoje, é o quarto colocado em vendas somadas da marca no País.
O modelo que selecionamos aqui é exatamente um 1982 (confira o anúncio aqui) com motorização 1.6 L e, apesar de não conservar seu exterior 100% original, é o tipo de antigo que proporciona o mesmo prazer que um placa preta, principalmente, pelo elevado grau de conservação e exclusividade. Neste caso, as rodas e os faróis de neblina não são originais, mas nada que não possa ser revertido. Já, no interior, a originalidade foi mantida, inclusive, no rádio AM-FM. Embora o anunciante não tenha informado mais detalhes, é o tipo de carro que vale a pena dar uma conferida, já que o preço está dentro do nosso orçamento: R$ 9.000.
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Ford Corcel II
Nascido em 1968, o Corcel I passou por uma profunda revitalização em 1977 e chegava como Corcel II. A carroceria era totalmente nova, com linhas mais retas e tornou-se um carro maior. Os faróis e as lanternas traseiras ficaram mais quadrados e a nova grade possuía desenho aerodinâmico das lâminas, em que a entrada de ar era mais intensa em baixas velocidades que em altas e a traseira tinha visual que remetia a um fastback.
Apesar da mecânica continuar a mesma, a potência tinha sido reduzida(!): no Corcel anterior, o motor de 1.4 litro rendia 85 cv, mas na nova geração disponibilizava apenas de 72 cv (55 cv líquidos). Com isso, o desempenho empobreceu e os 0 a 100 km/h, por exemplo, ocorriam em apenas 20,9 segundos, com 135 km/h de velocidade máxima.
Em 1980 o Corcel II vinha de fábrica com nova motorização de 1.6 (1.555 cm³), câmbio de 4 marchas de relações mais longas e 90 cv de potência bruta (66,7 cv líquidos). Se o desempenho melhorou (0 a 100 km/h em 17s e máxima de 148 km/h), o carro tornou-se ainda mais interessante frente aos concorrentes devido a alta gama de versões, desde a básica L e até luxuosa LDO, com interior totalmente acarpetado e painel com aplicações em imitação de madeira. Houve ainda a esportiva GT, que se distinguia pelo volante esportivo de três raios, aro acolchoado em preto e pequeno conta-giros no painel (nenhuma outra possuía). A versão esportiva tinha também 4 cv a mais de potência mas, na prática, pouco mudava. Ainda em 1980, os pára-choques ganhavam ponteiras plásticas e em 1981, lanternas traseiras com frisos pretos e um friso prata que envolvia os faróis e a grade.
No ano de 1982 o modelo saía com novo painel, relógio digital opcional, suspensões do Del Rey e encostos vazados de espuma de poliuretano (único ano em que isso ocorreu). No ano seguinte a mudança mecânica mais profunda: a chegada do motor 1.6 CHT (sigla de “Compund High Turbulence”). A potência subia para bons 73 cv na versão a álcool, os 0 a 100 km/h ocorriam em 16s e a máxima subia para 150 km/h.
É com esta mecânica que o modelo mais raro da nossa lista saiu de fábrica: o Ford Corcel II Série Campeões. A série limitada a 320 unidades foi feita para o GP do Brasil de Fórmula 1 que ocorrera em março de 1983. O modelo foi apresentado em uma “gincana” que envolveu pilotos e artistas da época em uma pista de terra, construída entre a retas do extinto autódromo de Jacarépagua. Na ocasião, o GP foi vencido por Nelson Piquet e foi a primeira vez em que o “Tema da Vitória” foi tocado.
O Ford Corcel II Série Campeões era vendido nas cores preta e dourada, em alusão à equipe Lotus-JPS, da qual a Ford foi fornecedora de motores. O acabamento interno era semelhante à da versão LDO e, como opcional, podia vir com rádio AM-FM, ar-condicionado e teto-solar.
Por fora, as rodas também ganhavam pintura dourada, além de um adesivo lateral que destacava a série.
Segundo o anunciante (confira aqui), este é um dos 20 sobreviventes catalogados e seu alto nível de conservação surpreendem frente ao preço de venda, apenas R$ 8.500. Talvez este seja o modelo mais valorizado da lista mesmo antes de ganhar a placa preta. Nas fotos, vemos que o rádio já não é o original e o estofamento também recebeu capas para cobrir o que provavelmente podem ser danos mais profundos, mas por fora, pouco há que se fazer.
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Ford Escort XR3
O Escort foi apresentado no Brasil em agosto de 1983, anunciado como o primeiro carro global da Ford, mas que já se encontrava em sua terceira geração no mercado europeu. Era vendido em versões de duas ou quatro portas (mais raras, atualmente), mas embora fosse idêntico ao modelo vendido lá fora, a mecânica era diferente: saía o CVH europeu, que tinha comando de válvulas no cabeçote, e por aqui era vendido com o mesmo motor do Corcel, com comando no bloco. Com melhoramentos, o 1.4 ou 1.6 litro era o CHT.
Em dezembro daquele ano era lançado o XR3, versão esportiva do Escort e que encontra um incontável número de apaixonados. No mercado atual, inclusive, é um dos modelos que sofrem cada vez mais com o aumento de preços. O Escort XR3 também trazia melhoramentos mecânicos, com comando de válvulas mais agressivo, dutos de admissão retrabalhados e carburador para despejar mais combustível. Com isso, ganhava 10 cv a mais de potência, ficando com 83 cv ao total.
O 0 a 100 km/h não era dos mais surpreendentes, mas levava o compacto a cumprir a tarefa em bons 13 segundos e a velocidade máxima era de 160 km/h. Além de melhores números, o XR3 trazia também detalhes estéticos e de acessórios exclusivos, como spoiler dianteiro, teto-solar de vidro, faróis auxiliares e de neblina, aerofólio traseiro e interior com volante menor, conta-giros e bancos esportivos.
Com todos estes atributos, comprar um Escort XR3 por menos de R$ 10 mil é uma tarefa das mais difíceis nos tempos atuais. Por isso, o modelo do anúncio logo deve subir de preço. Os R$ 6.350 cobrados (confira o anúncio aqui) o credenciam como a opção de melhor custo-benefício da lista.
De acordo com o anunciante, o carro conserva bastante da sua originalidade e as fotos podem comprovar isso. Na carroceria, algumas peças parecem ter tons de vermelho diferentes, o que aponta que o carro pode ter passado por alguma colisão, mas o modelo parece bem alinhado e fiel à sua originalidade. Destaque também para diferença de cor dos retrovisores entre as fotos, que podem indicar que as peças vermelhas tenham sido trocadas pelas pretas. Contudo, para saber mais sobre o esportivo a melhor maneira é entrar em contato com o dono.
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Volkswagen Brasília
Mais um clássico nacional que até pouco tempo atrás era desprezado e que tem seu preço subindo mês a mês é o VW Brasília. Produzido de 1973 até 1982, o modelo foi projetado para aliar a robustez do Fusca em um carro mais espaçoso e confortável. Com isso, foi um dos primeiríssimos projetos da VW brasileira, logo após o esportivo SP2.
Quase uma mini-Variant, tinha o mesmo entre-eixos do Fusca, mas era dois centímetros mais curto, tinha melhor espaço interno, maior área envidraçada frontal e um porta-malas dianteiro e um traseiro sob a tampa do motor. Inicialmente era vendida somente com a motorização boxer 1.600 com carburador Solex 30, gerando 60 cv de potência. A falta de desempenho foi compensada em 1976, com o lançamento da Brasília 1.600 boxer com dupla carburação (Solex 32) e que rendia 65 cv de potência, tornando-se a motorização padrão para os anos seguintes do modelo.
O modelo do anúncio é uma Brasília 1.600 do ano de 1976, na fase ainda da carburação simples e de menor potência, mas deixando o desempenho de lado, a unidade (confira o anúncio aqui) se destaca pelo bom estado de conservação da carroceria e do seu interior (que aparentam recente restauração).
De acordo com o anunciante, o carro não possui pontos de ferrugem e encontra-se com toda a mecânica revisada. Conta ainda com uma customização comum à época: o escapamento do Puma, que ofertava um ronco mais esportivo. O anunciante ressalta ainda que todos os vidros, bancos, chaves, volante e cintos são os originais de fábrica, além de vir com pneus novos. A relíquia está anunciada por módicos R$ 7.900.
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Volkswagen Fusca Série Prata
No começo dos anos 80 o Fusca já sofria por ter um projeto antigo e a Volkswagen começou a buscar maneiras de dar sobrevida ao pequeno besouro. Não vamos aqui nos ater à história do Fusca, mas vamos destacar esta raríssima versão que era para ser uma das últimas a serem fabricadas do modelo, mas que como sabemos, acabou não sendo.
O Fusca Série Prata 1980 foi uma edição limitada e que teve pouquíssimas unidades produzidas. Embora o número exato seja alvo de polêmica, no qual há quem diga que apenas 100 destes carros saíram da fábrica da Volkswagen, enquanto outros (que trabalharam na montadora à época) relatam mais de mil unidades produzidas. Em seu anúncio de época, o tom de despedida soava com o “Os primeiros serão os únicos”. A exclusividade da época reflete no mercado antigomobilista de hoje.
O Série Prata 1980 foi o primeiro Fusca no Brasil pintado com uma cor metálica, o Prata Continental metálico, código L 4748, que foi utilizada posteriormente nos modelos Brasília, Variant II e Passat. Por fora, se destacava dos demais pela cor (obviamente) e pela inscrição “S Prata” na tampa do motor. As lanternas traseiras já eram do tipo “Fafá”, mas bicolores. Também um friso no capô dianteiro, além de capas do pisca e aros do farol com acabamento cromado. Mecanicamente trazia o pacato boxer 1.300 de carburação simples, movido a gasolina e 46 cavalos de potência, a 4.600 rpm.
Outra novidade estava nos para-choques, agora pintados na cor da carroceria, com a adição de uma lâmina central protetora feita em borracha (popularmente conhecida como borrachão). Os aros das rodas também eram pintados na mesma cor prata da carroceria e, os vidros eram verdes.
Por dentro, alguns detalhes destacam a versão, como o painel revestido com uma capa plástica preta, grade do alto falante e grade que envolve o marcador de combustível nas cores prata, assim como o acendedor de cigarro e a tampa do porta-luvas. O volante era parecido com o do Passat, e trazia o emblema “Prata” no canto direito. Os bancos vinham com forração exclusiva em tecido xadrez na faixa central. As forrações de porta eram em corvin cinza e todo o carro era acarpetado (túnel, passadeiras laterais, cangalha e caixas de roda).
O modelo que encontramos à venda (confira aqui) é um exclusivo Série Prata de 1980, mas embora preserve boa parte de sua originalidade (como o adesivo na tampa traseira, painel, rodas e etc.) a forração dos bancos já foi trocada e a porção inferior das portas já mostram sinais de ferrugem e podem indicar para um undercar ainda mais danificado.
Claro, não é fim de linha para o besouro, muito longe disso, mas por ser uma rara versão especial, encontrar a forração original dos bancos pode ser uma tarefa árdua, mas os R$ 8.900 cobrados parecem ser justo perante à raridade do modelo.
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Volkswagen Gol LS
Depois do Fusca, o Gol é com certeza o principal veículo da Volkswagen em nosso País e, até por isso, é um modelo que não poderia ficar fora da nossa lista. Lançado em 1980, foi o primeiro carro brasileiro a ultrapassar a marca de 5 milhões de unidades produzidas e, em 2009, o primeiro a bater os números de vendas do Fusca. Também é o modelo mais exportado da história do Brasil, com mais de 1 milhão de unidades vendidas para mais de 50 países mesmo nunca tendo isso comercializado no mercado europeu, onde o Polo ocupa posição semelhante.
Nascido para substituir o Fusca, visava manter a liderança de mercado da Volkswagen e ofuscar os rivais Fiat 147 e Chevrolet Chevette. Foi projetado sob a base do primeiro Polo alemão pelo departamento de engenharia da Volkswagen, localizado na Fábrica II, no bairro paulistano de Vila Carioca.
O projeto BX ganhou o nome de Gol devido a uma convenção da Volkswagen em dar nomes aos veículos associados a esportes (Polo, Golf, Derby) e, assim como no futebol, tornou-se mais uma paixão do brasileiro.
Em 1980, o primeiro Gol saía e fábrica com o motor 1.300 boxer (o mesmo do Fusca), com carburador de corpo simples e ‘incríveis’ 50 cv e opção de gasolina ou álcool. Mas o fraco desempenho fez com que a Volkswagen precisasse fazer alterações para que o Gol engrenasse de vez nas vendas e, em 1981, deu-lhe o boxer 1.600 com mais fôlego, mas acabava por aposentar a Brasília.
A unidade que encontramos à venda (confira aqui) era a ‘top de linha’ LS com o motor boxer 1.600. Da lista, talvez seja o que esteja em melhor estado de conservação, com exceção de um rasgo próximo à manivela de acionamento do vidro dianteiro do lado do passageiro. No mais, o ‘Golzinho’ que está no nosso teto orçamentário (R$ 10 mil), parece valer cada centavo.
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Fotos: Reprodução/Mercado Livre